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Ferrari encontra seu adversário
Por Flávio Gomes
De Sepang para o Diário
18/03/2002 | 00:47
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Ralf Schumacher venceu na madrugada deste domingo o GP da Malásia. A Fórmula 1 agradeceu. Afinal, a Ferrari encontrou uma adversária à altura, na segunda etapa de um Mundial que começou dando pinta de que seria um passeio vermelho de Michael Schumacher, depois de sua vitória categórica na abertura da temporada, em Melbourne.

O caçula da família mais veloz do planeta não só ganhou a corrida de Sepang, como sua equipe, a Williams, aplicou uma sova estratégica nos rivais italianos, que até ontem mantinham a hegemonia de vitórias na Malásia. Ralf largou com uma tática perigosa, de fazer apenas um pit stop. Seria duro para os pneus Michelin, rodando num asfalto escaldante, cuja temperatura chegou a 48ºC, e para o motor BMW, solicitado para empurrar um carro muito pesado durante a maior parte das 56 voltas da prova.

A vida de Ralf ainda foi facilitada na largada. Seu irmão, na pole, enroscou-se em Juan Pablo Montoya, o segundo no grid, logo na primeira curva. Michael perdeu a asa dianteira e o colombiano caiu para a 11ª posição. Barrichello aproveitou a confusão e pulou na frente. Ralf o perseguia. Mas Rubens não conseguiu uma diferença que lhe permitisse lutar pela vitória. O máximo que ele abriu foram 6s, insuficientes para quem pararia nos boxes duas vezes.

Schumacher teve de trocar o bico no final da primeira volta, despencou para último e foi galgando posições até entrar na zona de pontos na 26ª volta. Montoya, punido com um drive through, por ser considerado culpado pelo acidente, também veio se recuperando rapidamente.

No final, as coisas se ajeitaram. Ralf fez sua parada na 31ª volta, perdeu a liderança momentaneamente para Barrichello, mas recuperou a ponta quando o brasileiro fez seu segundo pit stop. Rubens terminaria em segundo, mas o motor o traiu. Foi a quinta quebra de um F2001 em 36 corridas de vida do carro. No sábado, o motor de Barrichello também quebrou. “Mas eu não posso mais chorar. Acontece.”

Montoya acabou herdando a posição e Schumacher terminou em terceiro, depois de ultrapassar Jenson Button, com problemas de suspensão, na última volta. A dupla da Sauber, Nick Heidfeld e Felipe Massa, fechou a zona de pontos.

Ralf, que obteve a quarta vitória de sua carreira, disse que seu carro esteve perfeito em Sepang. “Claro que dei um pouco de sorte com o incidente de meu irmão e de Juan na largada, mas corridas são assim”. O resultado representou a primeira dobradinha da história da BMW. A Williams não fazia um 1-2 desde o GP de Portugal de 1996. E não liderava um Mundial desde o GP da Europa de 1997, em Jerez. Sim, a Ferrari tem adversários em 2002. Pelo menos até resolver estrear seu carro novo.

Massa – Apesar do primeiro ponto, logo na segunda corrida de sua carreira na F-1, Felipe Massa não foi tomado de euforia, nem de lacrimejantes emoções após a sexta colocação no GP da Malásia. Ao contrário. Até reclamou um pouco do carro. “Se eu tivesse um pouquinho menos de asa, poderia ter sido melhor. Faltava velocidade na reta. Todo mundo me passava e eu não conseguia passar ninguém”, disse o brasileiro da Sauber.

Ao marcar o primeiro ponto em sua segunda corrida na F-1, Massa igualou os feitos de outros quatro brasileiros, dois deles campeões mundiais: Emerson Fittipaldi e Ayrton Senna. Emerson foi o quarto colocado na Alemanha em 1970, com a Lotus, no segundo GP de sua carreira. Senna ficou em sexto na África do Sul em 1984, com a Toleman, também em sua segunda participação na F-1. Outros dois brasileiros pontuaram na segunda corrida de suas carreiras. José Carlos Pace e Roberto Pupo Moreno .




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