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CPI do Narcotráfico começa investigaçoes na Bahia
Do Diário do Grande ABC
07/05/2000 | 16:13
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A CPI do Narcotráfico começa seu trabalho na Bahia nesta segunda-feira à tarde, no auditório da seccional de Salvador da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Os deputados vao investigar o possível envolvimento de autoridades baianas com quadrilha de roubo de cargas, suspeita surgida no final do ano passado.

Naquela ocasiao, o desembargador Lourival Ferreira acusou os colegas Mário Albiani e Walter Brandao, além do líder do governo na Assembléia Legislativa, deputado estadual Pedro Alcântara (PFL), de o terem pressionado a deferir habeas-corpus em favor do assaltante Wander Dornelles.

Dornelles será o primeiro a ser ouvido pela CPI e vai explicar as denúncias de que teria pago a autoridades R$ 100 mil em 98 para conseguir sua liberaçao através de habeas-corpus, concedido na época pelo mesmo desembargador Walter Brandao que teria pedido a liberdade do assaltante a Ferreira.

Depois de solto, Dornelles voltou a assaltar e acabou preso novamente, no inicio de 99. Foi a segunda tentativa de sair da cadeia que tornou o caso público, pois, o desembargador Ferreira (já ouvido pela CPI) se irritou com a pressao dos "padrinhos" do assaltante e fez publicar um despacho no Diário Oficial da Justiça, denunciando o caso.

Além dos desembargadores Brandao, Albiani e o deputado Alcântara, os deputados requisitaram a presença em Salvador do ex-policial rodoviário federal Luis Augusto Santos (preso em Brasília) antigo companheiro de cela de Dornelles, no Presídio de Feira de Santana.

Santos disse ter ouvido do próprio Dornelles que pagou R$ 100 mil para ser libertado. O comerciante e receptador Eydmar Medrado, acusado de ter levado os R$ 100 mil às autoridades, é outro que deve ser ouvido.

Ele chegou a ser preso no inicio do ano, flagrado com uma carreta roubada em uma de suas propriedades, na cidade Juazeiro, mas foi estranhamente libertado pelo juiz Ivan Rocha, outro convidado a depor pela CPI. Medrado foi cabo eleitoral do deputado Alcantara, que empregou dois parentes dele em órgaos estaduais.

Um grupo de 50 policiais federais fará a segurança no auditório da OAB. Os trabalhos da CPI devem se estender até quarta-feira.




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