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PF prende Itamar e Bozinho, suspeitos no caso Celso Daniel
Do Diário OnLine
02/03/2002 | 00:26
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A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira Itamar Messias dos Santos e Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira, o Bozinho, suspeitos de integrar a quadrilha da Favela Pantanal que teria seqüestrado e assassinado o prefeito de Santo André Celso Daniel. Segundo o porta-voz da PF em São Paulo, Gilberto Tadeu, Itamar admitiu informalmente aos policiais participação no seqüestro de Daniel, mas negou que tenha participado do assassinato. Ele prestaria depoimento formal na madrugada deste sábado.

Itamar e Bozinho foram encontrados em Aparecida, na região do Vale do Paraíba, interior de São Paulo. Eles carregavam uma metralhadora e uma pistola 9 milímetros no momento da prisão. Os suspeitos voltavam da Bahia para São Paulo em um ônibus pela Rodovia Presidente Dutra e foram surpreendidos por policiais durante uma parada. A PF de Camaçari, onde estavam os suspeitos, informou os policiais de São Paulo sobre o embarque dos acusados e seguiram o ônibus até Aparecida.

Na semana passada, a Secretaria de Segurança Pública divulgou a primeira prova da participação de Itamar no crime. Uma perícia realizada pelo Instituto de Criminalística (IC) de São Paulo encontrou impressões digitais de Itamar na Pajero em que o prefeito estava no dia em que foi seqüestrado.

Outros indícios que incriminam a quadrilha são os depoimentos das namoradas de Itamar e de Bozinho. Segundo o Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado (Deic), elas afirmaram que ambos confirmaram participação no seqüestro e disseram que fugiriam dada a repercussão do caso.

Falando informalmente à polícia na noite desta sexta, Itamar afirmou que a quadrilha tinha o objetivo de abordar algum carro importado. Naquele momento, avistaram a Pajero onde estava Celso Daniel que, segundo ele, por acaso passava próxima ao local do seqüestro.

Ainda há cinco suspeitos sendo procurados pela polícia: Juscelino da Costa Barros, o Cara de Gato; Mauro Sérgio Santos de Souza, o Serginho; Elcyd Oliveira Brito, o John; Deivison Cristian Correa Souza, o Alemão, e Ivan Rodrigues da Silva, conhecido com Monstro, apontado pela polícia como o líder da quadrilha.

Além de Itamar e Bozinho, já foram detidos Andrelisson dos Santos Oliveira, o Cara Seca, que também estava na Bahia; Deivid dos Santos Barbosa, o Sapeco; Manoel Dantas de Santana Filho, o Cabeção, além de um menor conhecido como Kiti.

Todo o bando foi identificado a partir de uma denúncia anônima dias depois da morte do prefeito que informava o envolvimento de uma pessoa no seqüestro com características muito semelhantes às contidas no retrato-falado feito pelo empresário Sérgio Gomes da Silva, que acompanhava Celso no momento do rapto. O primeiro suspeito identificado foi Cara Seca.

A partir daí, os policiais realizaram uma busca na casa dele, onde localizaram Manoel Dantas de Santana Filho, o Cabeção, preso no mesmo dia. Dias depois foi detido o menor Kiti, que, ao ser levado para Febem, confessou participação no seqüestro e entregou os nomes de Cara de Gato, Serginho, os irmãos Cara Seca e Bozinho, além de Itamar.

Desde então a polícia busca os suspeitos por todo o país. Adrelisson foi detido no dia 20 de fevereiro. Em depoimento, ele afirmou que não tinha envolvimento no caso, mas afirmou que seu irmão, o Bozinho, detido nesta sexta, teria participado da ação e efetuado os disparos que mataram o político petista. Na ocasião, ele afirmou também que Celso Daniel teria sido seqüestrado por engano.

Com o avanço das investigações, a polícia praticamente descarta a hipótese do crime ter sido cometido por motivação política, como foi levantado dias após a morte de Celso Daniel.

Engano — Nesta sexta, a Secretaria de Segurança Pública informou também que Antônio Carlos Pereira Santos, o Legal, está preso no Centro de Detenção Provisória de Belém desde setembro. Assim, ele não tem envolvimento no caso como foi a polícia suspeitava, já que o seqüestro de Celso Daniel aconteceu em janeiro.




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