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ONG ensina esporte a 500 jovens do ABC
Por Do Diário do Grande ABC
18/10/2003 | 19:56
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O tênis sempre foi considerado um esporte da elite, mas o técnico Marcos Antonio da Silva tenta mudar a face da modalidade em São Caetano. Há dois anos, fundou a ATCA (Associação de Tênis para Criança e Adolescente). A entidade oferece aulas gratuitas para 500 crianças e adolescentes. “Queria tirar a molecada da rua. Por isso, resolvi ensinar o que sei, que é jogar tênis”, afirmou. Para participar, é necessário que os interessados estudem na rede pública de ensino. Para se ter uma idéia da grandiosidade do projeto, a ONG da região atende mais crianças que as 480 que jogam no Instituto Guga Kuerten, com patrocínio do Banco do Brasil, em Florianópolis (SC).

A ATCA conta com cinco professores voluntários do CRE Fundação, em São Caetano, e um estagiário, que é remunerado por um empresário que contribui com a entidade. Além do CRE, as aulas são ministradas na E.E. João Firmino de Campos, em São Paulo, e na EMEF General Osório, em São Caetano. O projeto será implementado em Peruíbe, São Sebastião e na Granja Viana (capital).

Marcos explicou que a vontade de ensinar a garotada nasceu por acaso. “Cinco meninos vieram até o clube para pedir bolinhas velhas para jogar na rua. Então pensei, por que não ensiná-los?” De cinco, o grupo aumentou para 500 e a ONG ultrapassou o limite da cidade e já está na Vila Alpina, em São Paulo.

No mês passado, a Associação recebeu reconhecimento da Secretaria Estadual de Educação, ao divulgar que o trabalho da ONG vem rendendo frutos, o rendimento escolar melhorou, assim como a freqüência dos alunos. “É um motivo de orgulho saber que o trabalho realizado pela associação tem melhorado a vida das crianças”, afirmou Marcos. Para fazer parte do grupo, a criança não pode ter mais que duas notas vermelhas e faltas. Caso contrário, perde a vaga.

A vice-diretora Nerilis Aparecida Franco, do colégio João Firmino, explicou que as regras motivaram os alunos. “Foi uma forma de incentivar os estudantes a levar o projeto a sério”. Atualmente, a escola tem uma fila de espera de 100 alunos.

As crianças têm aula uma vez por semana e todo o material (raquete e bolinha) é fornecido pela associação. Os equipamentos esportivos são emprestados aos alunos para que utilizem durante a aula.

A maioria dos estudantes ainda está na fase um, em que aprendem a segurar a raquete e bater a bolinha. Mas alguns garotos, como Luan da Silva, 12 anos, já troca bolas. “Faz um ano que estou aqui. Não foi difícil para me acostumar porque já jogava taco na rua”. Augusto Laneiro Nazasko, também de 12 anos, está na ATCA há quatro meses. Diferentemente dos outros garotos que são fãs de Gustavo Kuerten, ele gosta do estilo de Fernando Meligeni. “Gostava de ver as partidas do Fininho”, afirmou.

Marcos espera conquistar mais voluntários e estudantes. “Seria legal ter alunos de Educação Física colaborando conosco. Eles fariam os trabalhos para a faculdade e nos ajudariam”, disse. O professor acredita que está próximo do objetivo. “O tênis é uma ponte, um incentivo para a criança praticar um esporte e se sentir cidadã”, afirmou.




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