Economia Titulo
Importações em alta ameaçam balança
Por
29/01/2008 | 07:02
Compartilhar notícia


As importações aceleraram duas vez mais que as exportações nas quatro primeiras semanas de janeiro, em sintonia com a tendência verificada desde meados do ano passado. Ainda assim, o período manteve um saldo positivo de US$ 748 milhões, resultado de US$ 10,858 bilhões em exportações e de um total de importações de US$ 10,110 bilhões, conforme os números divulgados nesta segunda-feira pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

A apenas quatro dias do encerramento deste mês, os dados indicam que será pouco provável a balança comercial de janeiro repetir o superávit de igual período de 2007, quando alcançou US$ 2,517 bilhões.

Nas quatro semanas de janeiro, a média diária de exportações chegou a US$ 603,2 milhões – uma cifra 20,8% maior que a de janeiro de 2007.

Mas a média diária de importações, de US$ 561,7 milhões, representou um aumento de 45,9%, na mesma comparação. Esse desempenho refletiu a variação positiva nas compras externas de 20 dos 23 principais capítulos da pauta importadora do País.

O que se importou - Dentre os dez mais importantes produtos importados, três apresentaram crescimento superior a 100% – veículos, adubos e fertilizantes e cereais para moagem. Os três itens mais pesados foram os equipamentos mecânicos (US$ 1,658 bilhão), os combustíveis e lubrificantes (US$ 1,436 bilhões) e os equipamentos elétricos e eletrônicos (US$ 1,252 bilhões).

No caso das exportações, houve expansões de 21,2% nas vendas de produtos básicos, de 22,0% nas de semimanufaturados e de 19,4% nas de manufaturas, conforme os dados da Secex. Dos 18 principais setores exportadores do período, houve quedas apenas nas vendas de produtos elétricos e eletrônicos (-3,0%), de açúcar (-40,8%) e de suco de laranja (-28,3).

Trigo - A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) defende que a tarifa de importação para o trigo plantado fora dos países do Mercosul, fixada em 10%, seja reduzida de forma específica para a aquisição do volume que o Brasil deve consumir neste ano e que não poderá ser atendido nem pela produção local, nem pela produção argentina.

De acordo com a entidade, dos 10,5 milhões de toneladas de trigo que o País deve consumir neste ano, 3,5 milhões de toneladas serão produzidas no Brasil e 2,5 milhões de toneladas serão adquiridas da Argentina. Outras 4,5 milhões de toneladas de trigo terão de ser compradas em outros mercados.

“Nós não podemos obrigatoriamente, por falta de oferta da Argentina e no Brasil, importar 4,5 milhões de toneladas e pagar um imposto de 10%, onerando toda a cadeia do trigo, onerando o pãozinho, a massa e o biscoito”, afirmou após reunião de cerca de duas horas com o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim.

“Estamos solicitando a redução da alíquota para uma cota determinada, para esse volume que o Brasil vai precisar importar de outros mercados que não a Argentina. Solicitamos, de forma muito construtiva, que as alíquotas sejam reduzidas."

Argentina - O Brasil pode anunciar nesta terça-feira a retirada de uma barreira contra produtos químicos da Argentina. Em troca, Buenos Aires promete abandonar a disputa aberta nos tribunais da OMC (Organização Mundial do Comércio) contra o País A decisão de abandonar a sobretaxa contra o produto argentino poderá ser tomada nesta terça-feira pela Camex (Câmara de Comércio Exterior).

O conflito ocorre em torno na resina PET – sigla de polietileno tereftalato, usada nas embalagens de refrigerantes e água. Buenos Aires acusa o Brasil de ter deslocado as exportações do país do mercado nacional de produtos químicos e ter substituído o fornecedor argentino por asiáticos ao impor uma medida antidumping que varia entre US$ 314 a US$ 889 dólares por tonelada.

Os argentinos exportavam o produto ao mercado brasileiro. Mas o País adotou uma sobretaxa, alegando que Buenos Aires praticava dumping. “O resultado foi que nos tiraram do mercado e substituíram nossos produtos por importações da Coréia e Taiwan”, afirmou um alto funcionária da chancelaria argentina.

Buenos Aires sugeriu um acordo de preços entre as empresas e o governo brasileiro deu sinais de que estava interessado. Mas as empresas envolvidas na disputa rejeitaram inicialmente o entendimento. Agora, o governo brasileiro pode decretar o fim da sobretaxa.

O governo argentino garantiu que, se isso ocorrer, anunciarão na OMC que abandonam a disputa. Sem um acordo, os árbitros da OMC iriam avaliar a petição argentina e definir se o Brasil terá ou não de retirar a barreira. Além dos custos financeiros de uma disputa nos tribunais internacionais, o caso poderia ter um repercussão negativa para a imagem do Mercosul como um bloco que não consegue sequer resolver seus problemas comerciais utilizando os mecanismos regionais.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;