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Egito continua em busca dos responsáveis por atentado
Da AFP
24/07/2005 | 11:21
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O Egito lançou uma verdadeira campanha de detenções em massa em busca dos responsáveis dos atentados da madrugada deste sábado na localidade turística de Sharm El-Sheikh, que deixaram pelo menos 88 mortos. Os atentados, os mais sangrentos na história do país, ocorreram a seis semanas das eleições presidenciais e representaram um duro golpe contra o regime do presidente Hosni Mubarak, cada vez mais exposto ao terrorismo islamita.

As forças de segurança egípcias lançaram após os atentados - dois deles suicidas e perpetrados com carro-bomba - uma verdadeira caçada, prendendo dezenas de pessoas no Sinai (nordeste), segundo fontes de segurança. Entre os detidos estão dois homens que haviam sido recentemente libertados no âmbito da investigação dos atentados que em outubro custaram a vida de 34 pessoas em Taba, outro balneário da região do Sinai.

"Este ato criminoso, covarde, que busca desestabilizar o Egito, reforçará nossa determinação de continuar a luta contra o terrorismo e erradicá-lo", afirmou Mubarak em discurso transmitido pela TV, após visitar os locais dos atentados.

Os ataques, que tiveram como alvo um hotel, um estacionamento e um mercado da cidade velha, foram reivindicados por um grupo vinculado à rede terrorista Al-Qaeda. "Esta operação é uma resposta às forças do mal, que fazem correr o sangue de muçulmanos no Iraque, Afeganistão, Palestina e Chechênia", afirma um comunicado do "Grupo Al-Qaeda no País do Levante e no Egito", divulgado pela internet. Acusado pelos islamitas de ser um aliado de Washington, o governo egípcio é também criticado por Israel, que o responsabiliza por não ter conseguido reprimir os ativistas da região do Sinai depois dos atentados de Taba.

O julgamento de três homens (um deles ainda foragido) suspeitos de vínculos com os ataques de Taba deve ser retomado neste domingo em Ismailiya.

Enquanto isso, continua a identificação das vítimas de Sharm El-Sheikh. Fontes médicas explicaram que alguns cadáveres estão carbonizados e são muito difíceis de serem identificados, além de advertirem que o número de mortos poderá aumentar porque muitos feridos estão em estado crítico.

"Nunca vi tantas pessoas destripadas e feridas horrorosas em minha vida. Não sabia a quem atender primeiro", afirmou una enfermeira do hospital de Sharm El-Sheikh. Enquanto as autoridades egípcias asseguram que milhares de turistas continuam no balneário no Mar Vermelho, outras centenas decidiram regressar a seus países.

Na noite de sábado, numerosos turistas, principalmente de países do Golfo, da Europa e da Rússia, esperavam ônibus para deixar Sharm El-Sheikh.

O chefe da Agência de Luta Antiterrorista israelense, Dani Arditi, pediu novamente neste domingo aos turistas de seu país que não viajassem ao Sinai. Sharm El-Sheikh foi sede de várias conferências internacionais, principalmente sobre o processo de paz no Oriente Médio, e Mubarak mantém no local uma residência na qual passa parte do ano recebendo hóspedes.




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