O Joanin, rede supermercadista fundada em 1942 em São Caetano, vai centralizar as operações em novo CD (Centro e Distribuição) que está sendo construído na Via Anchieta, em São Bernardo. Com isso, as antigas unidades de estocagem, sediadas sobretudo em São Caetano, devem ser gradualmente desativadas. A empresa também confirmou que estuda tirar a estrutura administrativa da cidade e levar para o município vizinho.

Isso acontece no mesmo mês em que a Via, controladora da Casas Bahia e do Ponto Frio, anunciou a saída de São Caetano, cidade onde a companhia também abriu as portas, em 1957. Ou seja, em pouco tempo duas empresas tradicionais reduzem presença no município.

De acordo com o diretor do Supermercado Joanin Alécio Castaldelli Júnior, o novo CD está sendo construído para melhorar a logística. “Precisávamos fazer esse movimento para poder abastecer com mais eficiência as nossas lojas. Até buscamos espaços em São Caetano, mas não encontramos. A localização desse terreno (em São Bernardo) foi fundamental para nossa escolha, pois fica em um ponto central para o abastecimento. Imaginamos também que será muito melhor para os fornecedores.”

Com a mudança, ocorrerá a desativação gradual de três CDs em São Caetano e dois em Santo André. Segundo Castaldelli Júnior, o primeiro a ser fechado será em São Caetano, no bairro Santa Maria, onde o prédio é alugado. “Aos poucos vamos levando os outros. Também cogitamos a possibilidade de levar a administração (todo o setor está localizado em São Caetano) para lá (São Bernardo), porém, não tem nada definido ainda”, completou.

A previsão é que o novo CD, que possui investimento de R$ 35 milhões pelo grupo e deve gerar pelo menos 250 postos de trabalho diretos, seja inaugurado em 2022. A nova estrutura terá 20,4 mil m² de área construída.

O Joanin não divulga números de faturamento, mas, segundo o ranking da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, que lista as 300 maiores empresas do varejo brasileiro, a rede teve R$ 575,62 milhões de faturamento bruto em 2019. No mesmo ano, mantinha estrutura de 26 lojas e 2.128 funcionários. Segundo a mesma publicação, o Joanin aparece em 93º lugar no ranging do segmento supermercadista e na 208ª posição no geral, que inclui demais empresas do varejo.

Questionada sobre a decisão da empresa, a Prefeitura de São Caetano informou que, em contato com representantes do Joanin, foi informada que está descartada a possibilidade de transferência de estruturas da rede localizadas na cidade. “Informações contrárias são meramente especulativas. E, portanto, não merecem comentários”, afirmou a administração, em nota.

A Prefeitura de São Bernardo informou que a rede de supermercados Joanin já é contribuinte do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), e a expectativa é de incremento deste tributo após a conclusão do complexo, mas não detalhou os valores que podem ser agregados. “Já com o início das atividades haverá a incidência de taxas municipais decorrentes do funcionamento, bem como no ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) e ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), a depender da operação que a empresa abrigará no município”, disse, em nota.

Já a Prefeitura de Santo André, que vai perder dois centros de distribuição, não se manifestou.