Confidencial Titulo
Cada um teve a final que mereceu
Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
13/07/2021 | 01:42
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O fim de semana reuniu quatro das melhores seleções do mundo se enfrentando por títulos continentais. Por aqui, Brasil e Argentina decidiram a Copa América. No Velho Continente, Inglaterra e Itália duelaram pela taça da Eurocopa. Argentinos e italianos levaram a melhor, merecidamente, pelo que fizeram nestes jogos, mas não tem como fugir de uma comparação entre estas partidas, realizadas em intervalo de poucas horas. Apesar de o duelo sul-americano reunir dois dos melhores jogadores do mundo, casos de Neymar e Messi, o jogo europeu teve muito mais cara de final. E isso não tem nada a ver com síndrome de vira-lata ou ter o pensamento de que tudo do Primeiro Mundo é melhor do que aqui no Terceiro. Pelo contrário, não sou desses. Mas acho que a partir de uma somatória de fatores, o clássico entre brasileiros e argentinos, que gerou grande expectativa e terminou com um placar magro e um jogo feio, ilustra bem uma competição que sequer deveria ter acontecido, mas que o Brasil abriu suas fronteiras e se arriscou para receber mesmo em meio à pandemia. Por outro lado, o confronto entre ingleses e italianos, assistido in loco por mais de 65 mil torcedores no Estádio de Wembley, teve gol no começo, empate após diversas tentativas, emoção, prorrogação e pênaltis, elementos que coroaram um torneio mais bem estruturado que, na somatória de todas as partidas, reuniu mais de 1 milhão de pessoas nos estádios, mesmo com a Covid-19 ainda à solta no mundo, mas em situação melhor controlada e administrada nos países que receberam a competição.

Honestamente, alguém aí discorda e acredita que Brasil x Argentina foi melhor do que Itália x Inglaterra? Respeito, mas, convenhamos: os argentinos foram bem objetivos, fizeram seu gol e, a partir de então, passaram a impedir ou destruir as jogadas brasileiras, na maioria das vezes com faltas duras, principalmente sobre Neymar. E com uma arbitragem conivente, a partida ficou ainda pior. Claro que era uma situação favorável aos hermanos, que pareciam dispostos a tudo para saírem do Maracanã (sob olhares de aproximadamente 6.000 testemunhas perdidas pelas arquibancadas) campeões, dando a Messi o primeiro título na seleção principal. Ainda assim, eu pelo menos esperava muito mais, sobretudo por recordar outros clássicos entre as principais rivais da América do Sul. Abro uma exceção aqui para exaltar o camisa 10 argentino, que, ao apito final, celebrou como se fosse sua primeira medalha de honra ao mérito, quando na verdade era sua 38ª taça na carreira. Mas era diferente. Era especial. Tanto que ele foi abraçado por companheiros, jogado para o alto e, no fim das contas, responsável por erguer um dos troféus mais simbólicos de sua trajetória. Atrevo-me a dizer que foi o ponto alto dessa Copa América.

Já lá na Terra da Rainha, em um ambiente com muito mais cara de final, sobretudo em razão da grande presença de público, tudo levava a crer que o futebol realmente estava voltando para casa quando a Inglaterra abriu o placar logo aos dois minutos de jogo. Porém, do outro lado estava a Itália, que insistiu ferozmente contra um adversário que – diferentemente de certa seleção sul-americana – não apelou para a violência para parar o jogo. E foi justamente assim que os italianos empataram, levaram para a prorrogação e, nos pênaltis, apesar da grande atuação de Pickford, brilhou a estrela do goleiro Donnarumma, garantindo o título italiano. Aliás, o primeiro nome do arqueiro é Gianluigi, o mesmo do lendário Buffon. É muita estrela!

Motorista, motorista, olha o poste!
Um fato um tanto quanto curioso marcou ontem a visita da Inter de Limeira ao Boavista, em Saquarema, pela mesma chave do Santo André na Série D do Brasileiro. Antes de a bola rolar, o motorista do ônibus da equipe paulista foi manobrar o veículo – ainda com a delegação dentro – e acabou acertando um dos postes de refletores do Estádio Elcyr Resende de Mendonça, que caiu. O fato não afetou a realização da partida, que foi disputada durante a tarde e terminou com vitória do time limeirense, por 1 a 0, primeiro triunfo do Leão no torneio, resultado que ajudou a manter o Ramalhão na liderança do Grupo A-7. 

Assim não dá
Estreante na Liga Nacional de Futsal, o Santo André soltou o verbo após a partida contra o Corinthians, da qual saiu derrotado por 5 a 2, neste domingo. Diretoria, comissão técnica e jogadores da equipe reclamaram muito da arbitragem, que, segundo os andreenses, teve influência direta para a virada e vitória corintiana no ginásio do Parque São Jorge, na Capital. Isso porque os representantes do Grande ABC dizem que a postura dos responsáveis pelo apito mudou quando o Ramalhão vencia por 2 a 1, apesar de também apontarem irregularidade no primeiro gol alvinegro. Assim sendo, depois do jogo, o clube entrou em contato com os responsáveis pelos árbitros na organização da Liga, que concordaram com algumas das contestações ramalhinas, mas alegaram que houve equívocos que beneficiaram ou prejudicaram os dois lados. Este não é o primeiro jogo que o Santo André deixa a quadra reclamando muito da atuação dos juízes nesta Liga Nacional. Ao mesmo tempo, a equipe não pode ficar marcada por isso, senão a equipe de árbitros que trabalhar nas partidas andreenses pode entrar em quadra com pressão desnecessária e o tiro tem chance de sair pela culatra. 
 




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