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Cesta básica tem alta de 30,46% e chega a R$ 869

Preços do arroz, feijão, carnes bovinas e farinha de trigo tiveram influência do dólar

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
18/12/2020 | 00:05
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Em 2020, o consumidor enfrentou a alta no preço dos alimentos básicos e sofreu para conseguir manter a combinação de arroz, feijão e carne nas refeições diárias. No Grande ABC, o preço da cesta básica chegou a R$ 869,55, o que corresponde a praticamente três benefícios do auxílio emergencial (atualmente em R$ 300). O valor teve alta de 30,46% em 12 meses, enquanto a inflação do período – considerando os resultados de novembro – é de apenas 4,31%.

Os números são da pesquisa de preços da cesta básica feita pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) que faz a cotação do preço de 34 produtos, entre alimentos, higiene pessoal e limpeza doméstica, nos principais supermercados da região. A pesquisa é baseada no consumo de uma família de quatro pessoas – dois adultos e duas crianças – em um período de 30 dias.

É difícil listar os principais vilões das gôndolas, já que entre os 34 itens, apenas três – extrato de tomate (que foi de R$ 1,31 para R$ 0,88), papel higiênico (de R$ 16,93 para R$ 13,21), e sabão em pó (de R$ 7,88 para R$ 4,62) – tiveram queda nos preços na comparação com dezembro do ano passado.

Neste ano, o arroz se destacou, com alta de 93,20% em relação a janeiro, saltando de média de R$ 13,98 para R$ 27,01 – o pacote de cinco quilos. O feijão não ficou atrás, teve um aumento de 15,54%, e passou de R$ 6,63 para R$ 7,66.

A alta de 21,36% na farinha de trigo (de R$ 3,98 para R$ 4,83) também impacta no preço do macarrão (aumento de 10,57%) e das bolachas (40% para a salgada e 11,07% para a de maizena) e, principalmente, do quilo do pão francês, que foi de R$ 10,09 para R$ 11,71 – alta de 16,06%.

A carne bovina de primeira e de segunda também registrou alta. O quilo do coxão mole foi de R$ 30,53 para R$ 36,48, uma alta de 19,49%. Já o acém foi de R$ 22,79 para R$ 27,56. O frango aumentou em 10,73% (de R$ 7,55 para R$ 8,36) e a sardinha em lata aumentou em 23,78% (R$ 4,32). A dúzia de ovos foi de R$ 6,02 para R$ 7,02 (16,61%).

Para o engenheiro agrônomo da Craisa, Fábio Vezzá De Benedetto, a alta do dólar impactou nos preços. “O câmbio foi o fator que mais pressionou e influencia diretamente no preço e também em toda a cadeia, já que o adubo, os defensivos agrícolas, o combustível e a energia possuem a influência do dólar”, disse. Segundo ele, o preço do arroz só deve recuar no fim do primeiro trimestre, quando está prevista a próxima safra do arroz. “Muita gente quer plantar por conta da oferta e talvez possa recuar um pouco.”
 




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