Memória Titulo
Vila Sapo, Palestra e duas fábricas...

José Bueno Lima rememora uma Santo André diferente, de quase 60 anos atrás. Os costumes eram outros...

Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
22/07/2009 | 00:00
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José Bueno Lima rememora uma Santo André diferente, de quase 60 anos atrás. Os costumes eram outros, a industrialização fervia, o cenário era um misto de rural e urbano. O futebol fazia a alegria dos moços de todas as idades. Depois...

Em torno do Parque do Tamoio

Texto: José Bueno Lima

Era a primeira metade dos anos 1950, quando ainda acordávamos com os apitos das fábricas Ipiranguinha e Conac. Morávamos na esquina das ruas Guilherme Marconi e Jorge Moreira, onde nascemos. A Rua Jorge Moreira não tinha saída. Dava para uma chácara. Ali ficavam, após o trabalho, os cavalos dos carroceiros que transportavam as mercadorias chegadas na estação da Estrada de Ferro Santos a Jundiaí.

Atravessando essa chácara, no meio dos feixes de feno, chegávamos a uma extensa área. Ali havia minas de água, tornando-a um verdadeiro charco. Devido a essas condições, o conjunto de casas existente num dos lados ficou conhecido como Vila Sapo.

O conjunto de casas sobrevive entre as ruas do Sol, Estrela e a Praça Antonio Flaquer, mais conhecida como Parque do Tamoio.

Defronte à Vila Sapo ficava o campo do Palestra. Ali demos os primeiros chutes em um campo de verdade, pois, antes, a bola era de meia, o campo era a rua e os gols, os sapatos. Ali, também, jogando pelo Infantil da Cruzada Eucarística, marcamos nosso primeiro gol de cabeça.

O tempo passou. Participamos de campeonatos das categorias infantil e juvenil na cidade, pelo saudoso Juvenil Social Brasileiro, do falecido Américo Novela. E fomos levados pelo nosso querido e também saudoso irmão Sebastião a jogar no Palestrinha, como chamávamos o clube, apesar da pouca idade (16 anos), pois o time era da categoria extra, com jogadores acima dos 20.

A foto que ilustra esta crônica é da linha atacante e deve ter sido tirada em 1954. O progresso acabou com tudo. Restaram as recordações. O espaço da Conac foi ocupado pela cooperativa de consumo da Volks (que hoje passa por uma crise). A fábrica Ipiranguinha virou um grande supermercado. O Cine Tamoio abrigou, depois de seu fechamento, uma igreja protestante. Ainda existe, se bem que bastante modificado, o Corinthians de Santo André, palco memorável de grandes jogos de futebol.

DIÁRIO HÁ 30 ANOS

Domingo, 22 de julho de 1979

Manchete - Saraiva Guerreiro (chanceler brasileiro) vai à Venezuela em busca de petróleo

Grande ABC - Diocese de Santo André comemora hoje 25 anos. Será lançado um carimbo comemorativo, por sugestão do jornalista Valdenízio Petrolli.

Mauá - Por falta de funcionários no Centro de Saúde, é suspensa a aplicação da vacina BCG.

Imprensa - Os jornalistas Carlos Galli e Sérgio Samuel Souza (fotógrafo) foram detidos quando realizavam reportagem em chácara da Prefeitura de Santo André, no Parque do Pedroso.

Judô - Celso Luís Dias, de Santo André, conquista o título paulista infantil, peso pena.

Saúde - Associação Médica Brasileira condena a abreugrafia em massa.

Especial - Na série sobre os bairros do Grande ABC, a história do Jardim Maria Cecília, em São Bernardo.

EM 22 DE JULHO DE...

1924 - Laura Casado nasce em São Bernardo: liderança sindical têxtil na cidade.

- Max Penacchi nasce em Bariri: músico de São Caetano.

1934 - Anúncio publicado no semanário O São Bernardo anuncia a venda de lotes na Vila Guarará, em Santo André.

1954 - Criada a Diocese de Santo André.

- Oficialmente inaugurada a Biblioteca Municipal de São Caetano, chamada Paul Harris, em homenagem ao fundador do Rotary Clube. A biblioteca vinha funcionando desde março. Seu primeiro responsável foi José Pereira Martins.

MUNICÍPIO PAULISTA

Cravinhos. Elevado a município pela lei estadual nº 511, de 22 de julho de 1897. A cidade celebra o seu aniversário em 19 de março, dia do padroeiro São José. A família Pereira Barreto é considerada a fundadora da cidade, em 1876.

SANTOS DO DIA

Felipe Evans, José da Palestina e Maria Madalena.

Maria Madalena era natural de Magdala, na Galileia. Acompanhou Jesus em sua paixão, crucifixão e sepultamento.

Crônica do Guido

Texto: Guido Fidelis

O paraíso perdido é esta mesma terra em que vivemos. Temos a nos encantar rios e florestas, mares e montanhas, aves e borboletas, animais e peixes, praias e bosques, aromas, jardins floridos e música. Que pode haver de mais belo que a profusão de cores, o sol que desponta no horizonte todas as manhãs, a lua e as estrelas que embalam seresteiros e navegantes da noite? Com tanta beleza à disposição por que não agradecer a Deus, alegrar-se e aproveitar o que a vida tem de melhor?

São Caetano EC

Do acervo de Rino Tomei, o São Caetano EC de 1953, em um jogo em seu estádio frente ao Paulista, de Jundiaí, pelo campeonato da Segunda Divisão de Profissionais. Entre os craques, três jogadores que vieram do Corinthians Paulista, como falamos ontem: o goleiro Narciso e os avantes Rafael e Rato.

FOTÓGRAFOS

Narciso Ferrari, que no tempo do profissionalismo do São Caetano EC era setorista - o que enviava os resultados dos jogos aos jornais e emissoras de rádio - lembra que três fotógrafos documentavam os jogos do clube: Dino Ricciardi, Waldemar Fâmula e Juvenal França Gomes, do Foto Brasil. Certamente, a foto de hoje foi tirada por um deles.

Rapaziada de Rudge Ramos

Dez novos nomes de veteranos do bairro: Augusto Toldo, Babá, Bagre, Benjamim (Padaria Inca), Bisteca (Roberto), Cabana, Cabeção, Cabelo, Café e Cajé. Cada um com sua história de vida; em cada conversa uma pauta de Memória. O próximo reencontro, informa Norberto Nicoletti, será em dezembro.




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