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Avenida Industrial é área livre para racha de motos
Bruno Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
20/01/2008 | 07:00
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Há semanas, um festival clandestino de motociclismo ocorre todas as sextas-feiras na Avenida Industrial, em Santo André, em frente à faculdade UniABC. Um prato-cheio para quem gosta de adrenalina: empinadas, pneus cantando, manobras com o piloto de costas para o guidão, corridas, direção na contramão e sem capacete. Tudo ocorrendo livremente, sem nenhuma interferência das autoridades.

O clima na avenida é de festa. O público, enorme. Na madrugada de ontem, por volta da 1h, havia cerca de 1.000 pessoas na rua. Para se ter uma idéia, o canteiro central da avenida, que divide os sentidos, chega a ficar totalmente ocupado por espectadores do evento. Enquanto esperam as acrobacias, o público bebe muito. Uma menina apoiada de frente para o capô de um carro e um rapaz atrás dela simulam uma cena de sexo, para delírio da platéia. O barulho da multidão é acrescido pelo som do funk carioca que sai de sons potentes instalados nos porta-malas dos carros.

Os rostos na platéia são de jovens recém-saídos da adolescência. Eufóricos com as manobras e atentos às meninas, presentes em número equivalente ao de homens. Uma balada como qualquer outra. E famosa: há placas de carros de Santo André, Mauá, Diadema e São Paulo.

As manobras com as motos ocorrem depois da meia-noite. Em pequenos intervalos de tempo, um motoqueiro estaciona no meio da pista, sentido São Caetano, interrompendo o trânsito. É sinal verde para que as arrancadas comecem, sempre terminando com uma empinada na moto. Na volta, os motoqueiros cantam os pneus e fazem outras acrobacias. Algumas ficam sem nada a dever para espetáculos pagos: é possível ver motoqueiros dirigindo de costas com a moto empinada.

Os mais acelerados têm outra opção. Sair da Avenida Industrial e voltar para ela passando pela Rua Sumaré. Lá, com menos gente, apostam rachas. Não que as motos sejam potentes. Pelo contrário. Elas são as mais comuns, de 125 e 150 cilindradas. Mal conservadas e com placas erguidas para driblar a fiscalização.

Não é possível afirmar que as autoridades não conheçam o problema. Enquanto o Diário esteve na avenida, entre 23h e 1h40, cruzou com uma viatura da Polícia Civil e uma base móvel da PM, que não tomaram nenhuma atitude.



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