A vereadora Vanessa Damo (PV), de Mauá, vai propor a suspensão do recesso parlamentar para a instauração de uma CEI (Comissão Especial de Inquérito) sobre supostas irregularidades contra o PT da cidade. Entre elas, a investigação feita pela Prefeitura – governada interinamente por Diniz Lopes (PL) – de saques que teriam sido efetuados pela ex-secretária de Finanças, Valdirene Dardin. Para suspender o recesso parlamentar, são necessários os votos de pelo menos nove dos 17 vereadores.

Nesta quinta-feira, a parlamentar verde fez uma série de acusações contra a administração anterior, de Oswaldo Dias, e contra o candidato Márcio Chaves (PT).

Os ataques à cúpula nacional do PT feitos pela ex-secretária de Finanças do município, Valdirene Dardin, também foram aproveitados pela vereadora. Para Vanessa Damo, é preciso suspender o recesso "para apurar a história de terror que é a corrupção no PT de Mauá". Ela também acredita que haja relação entre as denúncias envolvendo o PT nacional e o municipal. "Mauá talvez seja a ponta do iceberg."

Outra acusação de Vanessa é sobre o suposto superfaturamento e desvio de verba em programa de combate à desnutrição na gestão Oswaldo Dias. Diz a vereadora que, entre julho de 2002 e outubro de 2003, a administração anterior redirecionou R$ 497 mil para fins que não foram esclarecidos. "Só foram gastos R$ 164 mil, e ainda assim superfaturados", denuncia.

Márcio – Vanessa também afirma que o candidato à Prefeitura de Mauá pelo PT, Márcio Chaves, esteve envolvido em irregulares em acordo de pagamento de dívida da administração à CPEM (Consultoria para Empresas e Municípios). Segundo a parlamentar, em 2000, época em que foi feito o acordo de pagamento da dívida com a empresa de consultoria, Márcio era o prefeito em exercício e pagou mais de R$ 5 milhões a empresa. "Mas a própria administração dizia, na ocasião, que se houvesse dívida, seria de R$ 1 milhão", denuncia Vanessa. Ela revela que as datas de pagamento coincidem com o período de campanha eleitoral.

Procurado pelo Diário para comentar as acusações da vereadora, o ex-prefeito Oswaldo Dias (PT) disse que não se pronunciaria. "Oportunamente, tenho toda disposição em falar, o problema é que não tenho dados pra responder essa acusação", justificou-se. Já Márcio entende que a vereadora está a serviço do pai, Leonel Damo (PV), que disputa com o petista o comando do Paço de Mauá. "Ela está fazendo acusações de forma leviana com o único objetivo de me atingir por conta do processo eleitoral que está para acontecer", avalia.