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Região tem 106 mortes no trânsito até junho

Número de ocorrências é 13% menor do que registrado no mesmo período do ano passado

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
22/07/2016 | 07:00
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André Henriques/DGABC


No primeiro semestre desse ano, 106 pessoas morreram em acidentes de trânsito no Grande ABC. De acordo com o Infosiga (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo), o número é 13% menor que o registrado no ano passado, quando houve 122 óbitos.

Para o chefe do departamento de Medicina de Tráfego da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), Dirceu Rodrigues Alves Júnior, a queda no número de mortes deveria ser no mínimo 50% menor em relação a 2015. “A curva de mortalidade no trânsito é irregular, variando de 10% a 15%. Essa redução já é esperada, mas a meta estipulada pela ONU (Organização das Nações Unidas) é de 50%. Ainda estamos muito longe disso. Há negligência do poder público em relação ao tema, tanto na manutenção das vias quanto em campanhas profundas para mudar a cultura da mobilidade na nossa população”, disse.

A maior parte dos acidentes corresponde a atropelamentos (44 ocorrências), sendo que os pedestres representam a maioria das vítimas (41 mortos). Os motociclistas vêm em seguida, como os mais expostos a acidentes fatais (36), seguido dos usuários de automóveis (18 óbitos). Mais informações estão disponíveis na arte ao lado.

Para o especialista da Abramet, os atropelamentos são os acidentes mais comuns devido a diversos fatores presentes nas vias urbanas das cidades. “As ruas estão mal sinalizadas para o motorista e também para o pedestre, que muitas vezes atravessa fora da faixa. Além disso, há presença de indivíduos fazendo comércio entre os veículos. Ou seja, uma série de coisas que contribuem para que uma infração seja cometida”, observou Alves.

O especialista também aponta o problema do dano aos cofres públicos causado pelos acidentes. “Gera um custo altíssimo com hospitais até o pagamento da Previdência Social aos doentes e as famílias dos envolvidos nos acidentes. Hoje, o Ipea (Instituto de Pesquisa Aplicada) estima que o custo dos acidentes de trânsito no País seja de R$ 32 bilhões.”

USUÁRIOS

Pedestres e motoristas avaliam que as ruas da região deixam a desejar em muitos pontos. “Acho que o principal problema é a sinalização. Muitas vezes, elas são ausentes em alguns cruzamentos”, afirmou a analista de documentos Edilaine Lima, 29 anos, que costuma se locomover de carro pela região.

Já a telefonista Andréia Fátima Souza, 32, utiliza o transporte público ou anda a pé. Ela afirma que os motoristas não respeitam as faixas de pedestres, mas assume que também se arrisca no trânsito. “Por causa da pressa, costumo atravessar quando o farol está verde para os veículos ou em locais onde não há faixa. Sei que não é o correto, mas, às vezes, é mais fácil”, disse.

“Acredito que as avenidas, em sua maioria, estão com muitos buracos. Porém, os acidentes de trânsito são relacionados mais com a imprudência dos motoristas do que com a sinalização e conservação das vias”, afirmou o funcionário público Leone Leite, 25.

TRAVESSIA SEGURA

O Consórcio Intermunicipal do Grande ABC mantém a campanha Travessia Segura com a finalidade de diminuir o número de mortos e feridos nos acidentes de trânsito. 




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