Setecidades Titulo Carnaval 2012
Tradição da Ponte busca quinto título
Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
18/01/2012 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


A Tradição da Ponte é conhecida em São Caetano por sempre estar próxima à disputa do título. Neste ano, a aposta é o enredo O Verde e o Eldorado, que narra as consequências da invasão espanhola na América Latina por volta do ano 1300.

Eldorado, ou El Dorado, é uma antiga lenda narrada pelos índios aos espanhóis na época de colonização das Américas. De acordo com a história, as cidades eram feitas de ouro maciço e nelas haviam tesouros infindáveis - o que atraia os europeus. O objetivo da agremiação é contar a visão dos incas sobre a invasão espanhola.

Os dois carros alegóricos e 12 alas vão contar as agruras vividas pelos incas, que travaram inúmeras batalhas contra os espanhóis e tentaram impedir a busca por ouro e outros metais preciosos. O carro abre-alas representará a figura de Mango Capac, o primeiro governante inca, que fugiu para o Brasil após a invasão. A segunda alegoria trará ao público a exploração da Floresta Amazônica, área onde os espanhóis também percorreram anos depois. A ala infantil, composta por cerca de 20 crianças, desfilará a vegetação. Outra ala será destinada aos índios e a das baianas vai simbolizar a cerâmica, material utilizado na arquitetura inca.

A escola, que tem quatro títulos, entrará na Avenida Guido Aliberti com 500 componentes, sendo 80 da bateria. Os integrantes da presidência querem arrepiar o público com desfile impecável. O último título foi comemorado em 2009. "Para nós, dois anos sem ganhar é jejum. Sempre perdemos para nós mesmos, mas fazemos Carnaval para vencer e levamos a sério essa brincadeira", disse o vice-presidente e mestre da bateria, Alexandre Ely Martins, conhecido como Marola. A observação sobre os erros internos é referente aos problemas técnicos que a escola teve nos desfiles dos últimos anos.

Os carros alegóricos começarão a ser construídos a partir da segunda-feira e devem ser concluídos em até 20 dias. Ao todo, cerca de dez pessoas trabalham todos os dias nos bastidores. Uma pequena parte das fantasias foi prejudicada por enchente no começo do mês, mas todas estão praticamente prontas. O presidente da escola, Mário de Souza Pastel, prevê o gasto de R$ 15 mil além dos R$ 36 mil repassados pela Prefeitura. A segunda parte será enviada até o fim do mês.

Integrantes fazem carreira na agremiação

Praticamente todos os componentes atuais da Tradição da Ponte trabalham para colocar o Carnaval na avenida desde 1999, ano de fundação.

A maioria começa com serviços pequenos e, com o tempo, a rotina de trabalhos ajuda a criar identificação com a escola. É o caso de Emerson Hernandes Simão, 24 anos, um dos ‘faz-tudo'. Há 12 anos, seu sonho era entrar na bateria - quesito que recebe nota máxima desde a estreia na avenida. Marrom, como é conhecido, começou um curso e conseguiu realizar o desejo de adolescente. Hoje, ajuda a confeccionar centenas de fantasias diariamente. "Aqui todos são unidos e colocam a mão na massa."

Para ele, o momento mais especial na trajetória da escola foi o primeiro título, conquistado em 2002, quando a agremiação chegou a desfilar no Sambódromo do Anhembi, na Capital. "E foi o Carnaval que gastamos menos", completa o vice-presidente, Alexandre Ely Martins.

Aos interessados, às terças e quintas-feiras professores dão aula de bateria, inclusive para crianças, no barracão da escola. O endereço é Rua Luís Godoy Carvalho, na Vila Cristália, divisa de São Caetano com a Capital.




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