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Crítica à segurança em Sto.André vira adesivo
Por llenia Negrin
Do Diário do Grande ABC
11/07/2005 | 08:25
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"Santo André sem segurança é uma vergonha". Este é o slogan de um adesivo que está sendo distribuído pelos moradores do Parque Novo Oratório em protesto contra a onda de assaltos que aterroriza o bairro. Cerca de duas mil unidades já foram entregues e mais três mil estão sendo confeccionadas. A idéia é espalhar a frase por toda cidade e convencer as autoridades de que a situação é "insustentável".

"Não se pode nem sair no portão. As donas-de-casa têm medo até de lavar a calçada. O bairro foi tomado pelos bandidos", afirma o vendedor Luiz Carlos Pinheiro, um dos idealizados da campanha. Só no último fim de semana, cerca de mil adesivos foram distribuídos em semáforos da avenida das Nações.

Os próprios moradores e comerciantes do bairro bancaram a confecção dos adesivos. A comunidade já havia espalhado mais de 100 faixas de protesto pela região. "Mas a Prefeitura tirou tudo. Quero ver tirarem os adesivos. Tem um monte de carro e de casa com o nosso selo colado na janela", diz Pinheiro.

A região do Parque Novo Oratório é conhecida como "faixa de gaza", pelos altos índices de criminalidade, e faz divisa com a zona Leste da capital. Até a Polícia Militar reconhece que o número de assaltos a residências no bairro é alto: nos dois primeiros meses do ano, 131 casos foram registrados. Há dois meses, o coronel Silva Filho, comandante do CPA-M6 (Comando de Policiamento de Área Metropolitana 6) disse ao Diário que estudava ações para conter a ação dos ladrões. Mas quem mora por ali garante que ainda não sentiu nenhuma melhoria nas condições de segurança.

"A polícia passa por aqui muito de vez em quando. Às vezes, nem quando a gente chama eles vêm. A vizinhança está apavorada", conta uma comerciante do bairro que aderiu à campanha. Ela precisou colocar grades no bar que administra. "Depois das 22h, só quem é freguês conhecido entra no meu bar. O movimento caiu bastante, mas a gente não pode arriscar. Já fui assaltada três vezes, levaram dinheiro do caixa e de todo mundo que estava dentro", relata.

Outra moradora diz que às vezes passa dias sem ver um carro de polícia na área. "Passou das oito da noite não fico de bobeira nem conversando com amiga no portão. Já fizemos carreata de protesto, colocamos faixa em todos os cantos e nada. Agora resolvemos distribuir o adesivo."

Pinheiro, que puxa o coro de reivindicações, diz que os moradores pedem um posto policial para o Parque Novo Oratório. Eles também querem que o 5º Distrito Policial, que atende a área, funcione 24 horas, inclusive em finais de semana e feriados. "Estamos encurralados aqui no bairro." A reportagem procurou a Polícia Militar, mas foi informada de que os responsáveis pelo comando estavam de folga.




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