O ex-deputado estadual pelo Paraná Nilton Cezar Servo foi transferido neste sábado do Presídio Federal de Campo Grande para uma cela da Superintendência da Polícia Federal, na mesma cidade. Servo está preso desde o último dia 5, acusado de comandar o esquema de exploração de máquinas caça-níqueis investigado pela Operação Xeque-Mate da PF.

Segundo o advogado de Servo, Eldes Rodrigues, o pedido de transferência havia sido deferido ontem. Na petição, a defesa de Servo criticava o fato de a cabeça de Servo ter sido raspada no presídio federal. Rodrigues classificou o fato de “desrespeito à integridade física” de seu cliente. “Além de que ele, na condição de investigado, não deveria estar em um presídio, junto a presos já condenados, houve um acordo prévio de que todas os regulamentos e procedimentos do presídio seriam seguidos, com exceção da raspagem da cabeça. Isso [raspar a cabeça de Servo] demonstrou que não havia condições para ele permanecer ali”.

Na manhã deste sábado, os advogados de Servo protocolaram no TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região (que abrange, além da seção judiciária de Mato Grosso do Sul, a de São Paulo) pedido de habeas corpus com liminar para que o empresário seja liberado. A alegação da defesa é de que Servo apresenta as condições legais para responder ao processo em liberdade e que não irá atrapalhar as investigações.

O pedido deve ser apreciado pelo desembargador de plantão neste fim de semana. Segundo Rodrigues, o ex-deputado “passa bem e está esperançoso de que logo estará solto”. Servo é apontado pela PF como o chefe do grupo investigado. Além dele, outras 79 pessoas foram presas temporariamente para não atrapalhar as investigações. Entre os presos, estavam a mulher, Maria Dalva, e três filhos do ex-deputado, José Lázaro Servo, Nilton Cezar Servo II e Victor Emmanuel Servo, que foram soltos quarta-feira, quando venceu o prazo da prisão temporária.

No mesmo dia, a Justiça expediu 28 mandados de prisão preventiva (por tempo indeterminado). Vinte e três pessoas, entre elas Servo, continuam presas e cinco estão foragidas.