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Rede D’Or adquire Hospital América

Grupo anunciou IPO, em dezembro, para realizar expansão, e primeiro investimento será em Mauá

Por Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
19/11/2020 | 00:15
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A Rede D’Or São Luiz, dona do maior grupo de hospitais do País, tem data marcada para abrir capital: 10 de dezembro, com o objetivo de levantar recursos para seguir crescendo. A primeira aquisição, inclusive, já foi anunciada, antes mesmo de iniciar a venda de ações, e será no Grande ABC, onde já possui seis unidades hospitalares. Ontem, a companhia informou em comunicado ao mercado que celebrou contrato de aquisição do Hospital América, localizado na Vila Bocaina, em Mauá. O valor da transação não foi divulgado e a operação ainda está sujeita à aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

A unidade possui 112 leitos com capacidade de realização de cirurgias de diversas especialidades, entre elas a bariátrica. O hospital dispõe de pronto atendimento 24 horas, além de especialidades como ginecologia e obstetrícia, ortopedia e pediatria, entre outras.

Caso o Cade aprove a compra, realizada por meio de sua afiliada Hospitais Integrados da
Gávea S.A. – Clínica São Vicente, a rede terá 1.191 leitos hospitalares e sete equipamentos na região. Assim, terá mais unidades que na Capital, onde há seis. No País são 7.000 leitos e 51 hospitais.

O gestor da Escola de Negócios da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) José Carlos Garé afirmou que a região deve ser beneficiada com a entrada da rede na bolsa de valores. “O Cade precisa autorizar as aquisições por causa do risco de concentração econômica e prejuízo de concorrência na região”, disse. “Porém, além de novos hospitais, o Grande ABC será beneficiado se houver maior volume de unidades, dos serviços prestados e modernização. Isso é muito significativo porque também passa por clínicas de oncologia e a parte laboratorial, com maior oferta de exames. E hoje há uma demanda reprimida, já que por causa da pandemia, muitas pessoas deixaram de fazer esses acompanhamentos, a não ser de urgência”, completou Garé.

O IPO (do inglês Initial Public Offering, ou seja, Oferta Pública Inicial) está programado para acontecer em dezembro e pode movimentar até R$ 12,65 bilhões. O valor é estimado com base no teto das faixas de preços dos papéis, que devem variar de R$ 48,91 a R$ 64,35. As reservas para compra de ações começam a ser feitas no dia 24 e vão até 4 de dezembro. A precificação será no dia 8, e o pregão inicial, do IPO, dia 10.

“Como a empresa anunciou que essa captação de recursos é para a construção de hospitais, expansão e aquisição de ativos, é algo muito bem visto pelo mercado”, explicou o economista da Messem Investimentos Gustavo Bertotti. A rede informou à B3 que objetiva ter mais 32 equipamentos.

“É um setor (saúde) que passa por desafios, mas é promissor, tem investimentos em tecnologia e capacidade de geração de receita futura, tanto que ele pode ser o segundo maior IPO da história”, disse Bertotti. O maior do País foi o do banco Santander Brasil, que captou R$ 13,2 bilhões, em 2009.

O Diário não conseguiu contato com o Hospital América até o fechamento desta edição. A Rede D’Or, por sua vez, está em período de silêncio, imposto pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que só termina após o encerramento da oferta das ações. 




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