No acumulado do ano até a primeira quinzena de setembro, as vendas de veículos apresentaram crescimento acima de 10% em relação ao mesmo período de 2009. A alta já supera a projeção da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), que contava com elevação de 9,3%.

Nos bastidores, executivos da indústria anteveem a possibilidade de o País fechar 2010 com 3,5 milhões de unidades emplacadas - resultado que, se for concretizado, mostrará surpreendente vigor.

Oficialmente, porém, as projeções ainda apontam para mercado interno entre 3,3 e 3,4 milhões de unidades - número que, ainda assim, coloca o Brasil na condição de quarto maior do mundo em venda de veículos.

"Nosso mercado apresenta robustez impressionante", afirmou Marcos Munhoz, diretor-geral de comunicação e relações governamentais da General Motors do Brasil, durante a apresentação da nova Montana, no fim de semana, em Porto de Galinhas (litoral de Pernambuco). Terceira colocada no mercado, com cerca de 20% das vendas, a GM projeta emplacar até 660 mil unidades em 2010 - 60 mil a mais que no ano passado.

PROJEÇÃO DE SETEMBRO
Este mês deve fechar com 310 mil unidades emplacadas. Se confirmado, o número representará crescimento de 10% sobre o mesmo mês do ano passado, quando o desconto do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) era fator de impulso na venda de veículos novos. Com isso, setembro também deve apresentar alta sobre agosto, quando foram emplacados, segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), 292 mil unidades.

Para o consultor da ADK, Paulo Roberto Garbossa, as promoções devem se intensificar no último trimestre. O objetivo é tentar atrair o consumidor, que estará com o 13º salário no bolso. "Os dois primeiros meses do último trimestre costumam ter vendas acima da média por conta do aumento da massa salarial na economia", disse.

Até agosto, a Fenabrave contabilizou o emplacamento de 2.194.861 carros, comerciais leves, caminhões e ônibus. Com as vendas de setembro, o mercado ultrapassará os 2,5 milhões. Se mantiver o giro de 300 mil unidades por mês, o País pode atingir 3,5 milhões de unidades.

"As vendas diárias estão no impressionante ritmo de 14,5 mil unidades", confirmou Munhoz. Este é o dado que melhor traduz a solidez do setor, pois dá confiança para a indústria manter ritmo forte até o fim do ano.

Até as tradicionais férias coletivas em dezembro, quando as montadoras aproveitam para fazer manutenção do maquinário e renovações na linha de montagem, podem ser adiadas se o crescimento continuar forte.

GM ESTÁ CONTRATANDO
O Centro Tecnológico da General Motors, em São Caetano, está contratando mais 250 engenheiros. De acordo com o diretor de engenharia, Pedro Manuchakian, a contratação é necessária em razão da renovação da linha de produtos e do crescimento vertiginoso do mercado brasileiro.

O centro de desenvolvimento da GM conta com 1.250 engenheiros e cerca de 750 técnicos. As contratações vão ocorrer até março do ano que vem. É mais uma boa notícia para o Grande ABC, que se beneficia com a forte demanda da indústria automobilística.

Com tanto vigor, o Brasil firma sua posição no seleto grupo de países que conseguem manter pujança numa indústria que ainda enfrenta ociosidade em escala global em razão de muitos países ainda estarem se recuperando da crise financeira.