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Quem pode, pode

Os ministros da Suprema Corte dos Estados Unidos, o mais poderoso tribunal do país mais rico do mundo, não

Por Carlos Brickmann
11/05/2011 | 00:00
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Os ministros da Suprema Corte dos Estados Unidos, o mais poderoso tribunal do país mais rico do mundo, não têm carro oficial. Os senadores norte-americanos, cujo poder e influência são bem maiores que os dos senadores brasileiros, não têm carro oficial. Na Justiça brasileira, de desembargador para cima cada um tem seu carro oficial com motorista. O Senado brasileiro tem carro oficial para todas as excelências (e, aliás, está trocando neste momento sua frota de carros de luxo). E não é só o Senado: a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, depois de 20 anos de abstinência, voltou aos velhos hábitos, e aprovou verba de pouco mais de R$ 3 milhões para comprar carros importados Jetta, modelo 2012, com câmbio automático e bancos de couro. Os vereadores sabem o que é bom - para eles. O Metrô do Rio não tem verbas para acelerar sua expansão. Mas para que Metrô, se suas excelências os senhores vereadores vão andar de carro importado?

Como sabe qualquer empresa privada, a despesa de um carro não é só com o carro. É preciso ter seguro completo, manutenção, segurança, manobristas. Estacionamento coberto, claro, para proteger das intempéries os veículos comprados com dinheiro público. Câmeras de vigilância, sem dúvida. E equipes terceirizadas para acompanhar, real time, as imagens dos estacionamentos. Haja verba!

No caso dos vereadores do Rio, ainda haverá uma pequena economia: dois vereadores não necessitarão de carros, porque estão presos. Os veículos só serão entregues aos nobres vereadores que ainda estejam soltos.

LULA DISSE

O ex-presidente Lula já informou a seu partido que o candidato ideal à prefeitura de São Paulo deve ser um nome novo (seu sonho, dizem, é Fernando Haddad, o ministro da Educação). Mas é muito provável que o nome novo para a candidatura em São Paulo seja o de Marta Suplicy, que já foi prefeita, que já foi candidata derrotada à prefeitura, que foi ministra e deputada federal, que é senadora. Marta tem o controle do PT paulistano e Rui Falcão, presidente nacional do partido, é seu aliado; e, em entrevista ao jornalista Rony Curvelo, do programa Jogo do Poder, da CNT, que deve ir ao ar domingo, às 15h, confirmou que será candidata à prefeitura - ou, falando em politiquês, que "colocará seu nome à disposição do partido". E Haddad? Continua sendo um nome novo.

SORTUDA

O destino tem sorrido a Dilma Rousseff. O presidente venezuelano Hugo Chávez, aquele que gosta de deixar o anfitrião esperando, simula intimidade e tenta se associar a refinarias sem gastar nada, deveria vir ao Brasil e ser recebido por ela com um almoço no Planalto. Mas contundiu o joelho e teve de adiar a viagem.

MUITO BARULHO...

São 4.000 prefeitos em Brasília, juntos, reivindicando acesso aos rendimentos do petróleo do pré-sal, pedindo que verbas destinadas aos municípios não entrem no corte dos gastos públicos, tudo num valor aproximado de R$ 28 bilhões. O acesso aos royalties do petróleo foi aprovado pelo Congresso e vetado pelo então presidente Lula; os prefeitos, reunidos na 14ª Marcha em Defesa dos Municípios, querem que o Congresso derrube o veto.

...POR NADA

A presidente Dilma foi muito cordial com os prefeitos. Mas dinheiro, que é bom, disso podem desistir: o Congresso raramente derruba vetos. E cortar despesas dos outros é muito mais fácil, para o governo, do que cortar as próprias.

PRESTE ATENÇÃO

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, cacique supremo do PSB nacional, ensaia um novo caminho: apresentar-se ao País com identidade própria, não apenas como aliado do PT e da presidente Dilma Rousseff. Campos, o governador proporcionalmente mais bem votado do País, pensa em disputar, um dia, a Presidência da República. Tem tempo para isso: ainda não chegou aos 50 anos. Tem base: seu partido vem se fortalecendo a cada eleição. No Sul ainda é fraco, mas ensaia um bom acordo com o PSD de Gilberto Kassab. E está prestes a receber um bom reforço em São Paulo: Gabriel Chalita, velho aliado do governador Alckmin, e Paulo Skaf, o presidente da Fiesp que virou socialista, vão sair, rumo ao PMDB. São duas ausências que, para o PSB, preencherão uma lacuna.




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