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Evasão de pedágio gera 12 mil multas

De janeiro a junho deste ano, estradas do Grande ABC registraram, em média, três infrações por dia; especialistas alertam para os riscos

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
11/09/2019 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


As praças de pedágio das rodovias que cortam o Grande ABC registraram, de janeiro a junho, 12.843 evasões – quando o motorista passa sem pagar. Em média, três condutores cometeram a irregularidade por dia. O número de multas vinha crescendo de 2016 a 2018, mas apresentou recuo no primeiro semestre deste ano. Os dados foram levantados pelo DER (Departamento de Estradas de Rod</CS>agem) a pedido do Diário.

Passar pela cancela sem efetuar o pagamento e sem parar o veículo é infração ao CBT (Código Brasileiro de Trânsito) e tem como consequências diretas a atribuição de cinco pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e multa grave (com pagamento de R$ 195,23). Especialistas destacam que além da multa, os motoristas se expõem a maiores riscos de acidente.

O professor do curso de engenharia civil da FEI (Fundação Educacional Inaciana) e especialista em transporte Creso de Franco Peixoto explicou que são vários os motivos que levam os condutores a evadir do pedágio, entre eles, “o descrédito com o poder constituído de forma ampla e sem se restringir a qualquer camada da população”. O docente destacou que muito embora as rodovias sejam em sua maioria concessionadas, é preciso lembrar que o não pagamento do pedágio implica em perda de receitas de impostos.

O especialista apontou os riscos do ponto de vista da segurança no viário que assumem os motoristas que cometem a infração. “Acelerar nas praças de pedágio e avançar na cancela é um risco à vida”. 

“São veículos, algumas vezes de grande porte, como caminhões, que trafegam em alta velocidade, de até 100 km/h, em locais onde não se pode passar de 40 km/h”, detalhou. Peixoto afirmou que o ato de dirigir em local com algum tipo de restrição lateral causa o efeito de tunelamento, o que aumenta o risco de colisão. 

O advogado especialista em trânsito Maurício Januzzi lembrou que não ter o dinheiro para pagar o pedágio não justifica a infração. “O motorista pode solicitar a emissão de um boleto, que se não for pago até o vencimento, aí sim incidirá a multa”, explicou. Januzzi defendeu que sejam intensificadas as campanhas de conscientização dos condutores a fim de alertar sobre os riscos dessa prática. “Precisamos de mudança de cultura”, concluiu.

A Ecovias, concessionária responsável pelo SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes), informou que instalou, em 2016, equipamentos especificamente para detectar esses casos. Além disso, a concessionária conta com recursos de segurança viária, como lombadas eletrônicas e sinalização que indica a velocidade máxima permitida no local. Os equipamentos, dotados de sensores de solo que captam e registram a velocidade dos veículos, têm como objetivo educar e alertar os motoristas para a velocidade de segurança nas pistas automáticas, que é de 40 km/h. As evasões deste ano representam 0,08% do total de veículos que passaram pelas praças de pedágio

A SPMar, responsável pelo Rodoanel, indicou que o assunto deveria ser tratado com a Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), que, por sua vez, não respondeu até o fechamento desta edição.

A Polícia Rodoviária Estadual afirmou que trabalha com o DER e concessionárias que administram as rodovias paulistas para coibir a evasão de pedágio, com uso de sistema de videomonitoramento. 




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