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Por que a taturana queima?

Proteção do bicho também costuma gerar vermelhidão e inchaço na área de contato

Luís Felipe Soares
09/06/2019 | 07:07
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Pessoas que entram em contato com taturanas acabam se queimando porque é consequência de veneno existente no animal e liberado contra possíveis ameaças ao seu redor. Os espinhos da parte exterior do bicho acabam penetrando na pele do indivíduo na área onde houve essa aproximação direta, com as cerdas infectando o outro ser. Apesar de pequenas, as estruturas são fortes e resistentes o bastante para perfurar a pele humana e a parte exterior de outros animais na natureza.

O resultado da infecção é, praticamente, imediato. Entre os sintomas sentidos pela inflamação específica estão dor, queimação, inchaço e vermelhidão. Para tratamento, especialistas recomendam lavagem com água corrente e colocar gelo ou líquido gelado no local para aliviar a sensação ruim, além da procura por serviço médico caso seja necessária ação mais completa para alívio das dores sentidas pela vítima e possíveis cicatrizes. Há quem diga que utilizar certos produtos um tanto quanto aleatórios, casos de café ou pasta de dente, possa ajudar, mas não há qualquer comprovação de que ajudam – e podem, até, piorar o machucado.

TIPO ESPECIAL

O Brasil é casa de espécie específica de taturana do gênero Lonomia obliqua, conhecida por ser muito perigosa. Sua proteção é bem mais elevada do que a das outras lagartas, sendo responsável por hematomas generalizados, urina escura e hemorragias graves em quem a toca. Um acidente com esse exemplar do animal pode causar morte da pessoa se não tiver o tratamento médico correto, com soro antilonômico (feito a partir do próprio veneno do bicho). 

Geralmente, há maior número desses casos durante o verão em áreas próximas da Mata Atlântica ou de resquícios desse tipo de vegetação, que inclui parte do Grande ABC. As taturanas até podem aparecer, mas não costumam ficar em áreas urbanas. Estima-se que cerca de 500 casos dessas ‘queimaduras’ sejam registradas por ano no País, sendo que 0,5% dos problemas acabam em morte dos envolvidos.

Consultoria de Fan Hui Wen, doutora e gestora de projetos do Núcleo Estratégico de Venenos e Antivenenos do Instituto Butantan, de São Paulo. 




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