Vereador em segundo mandato em São Bernardo, Julinho Fuzari (PPS) acredita que a eleição de outubro, na qual ele concorreu, sem sucesso, a uma cadeira na Assembleia Legislativa, fez dele representante da “nova política” no município. Tanto que ele não descarta concorrer à Prefeitura de 2020, porém, sem transformar esse salto em obstinação. “Sou pragmático, não sonhador.”

Julinho obteve 30.325 votos, sendo 26,9 mil em São Bernardo. Ele credita o revés eleitoral principalmente a dois fatores. O primeiro foi a expressiva votação de figuras ligadas ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). O segundo, o desconhecimento da população de alguns bairros são-bernardenses com seu trabalho.

“Fui o segundo colocado entre os candidatos da cidade (ficou atrás somente de Carla Morando, PSDB, eleita). Tirando os nomes sustentados pelas máquinas ou parentes de prefeitos, fui o melhor do Grande ABC. Em vários bairros fui o mais lembrado. Em outros, preciso melhorar, claro. Mas a população reconheceu que eu represento a nova política, que não está representada hoje em lideranças atuais, desgastadas”, avaliou.

Sobre seu futuro político – tanto se ficará no PPS, quanto se concorrerá ao Paço –, o vereador disse que vai analisar o cenário. “Quero ouvir o que a população quer. Se o povo entender que posso enfrentar uma eleição ao Executivo, vou. Eu abri mão de projetos pessoais para servir à população.”

A respeito do PPS, que em São Bernardo tem o deputado federal Alex Manente (PPS) como cacique, Julinho também adotou o tom de aguardar o que a legenda reserva para ele. “Preciso saber o que o PPS espera de mim. Não sei se o partido entende que o represento bem. Terá de haver diálogo. É claro que existe a possibilidade de buscar novos caminhos. Porque nunca coloquei partido à frente do que a população espera.”

O parlamentar relatou que foi procurado “por vários partidos”. “Antes da eleição, o PSL me procurou e eu não saí (do PPS) por fidelidade partidária. Sei que cresci eleitoralmente e, em 2019, analisarei o cenário.”