Economia Titulo Caged
Região tem melhor maio para geração de empregos desde 2011

Foram criadas 586 vagas no período e 6.603 durante os cinco primeiros meses deste ano

Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
21/06/2018 | 07:22
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Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas


O Grande ABC registrou a abertura de 586 postos de trabalho formais em maio deste ano. Este é o melhor resultado para o mês desde 2011, quando foram geradas 3.551 vagas com carteira assinada. Nos primeiros cinco meses deste ano, os números chegaram à criação de 6.603 empregos, melhor índice para o período desde 2013, quando os resultados alcançaram 8.510.

Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e foram divulgados ontem pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego). Em 2017 foram 197 postos criados em maio e 3.784 nos cinco primeiros meses.

No último mês, as únicas cidades que registraram queda nos números foram Santo André, com a eliminação de 481 postos, e Rio Grande da Serra, com 112. Já nos números anuais Ribeirão Pires (-64) e Rio Grande da Serra (-114) ainda amargam o fechamento de vagas, enquanto as demais estão no positivo, sendo São Bernardo a responsável pela geração do maior número, com 3.389 vagas (veja mais na tabela acima).

De acordo com especialistas, apesar de positivos, os dados não devem ser constantes nos próximos meses e também não indicam uma recuperação consolidada do mercado de trabalho.

O economista e coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero, avaliou que os números ainda não refletem as consequências da greve dos caminhoneiros, que teve início no fim de maio e paralisou todo o País por 11 dias. “Os dados estão impactados pela melhora no mercado interno por conta dos estímulos ao consumo e a queda na taxa Selic. A expectativa é que a partir do mês de junho nós tenhamos as consequências negativas da greve. A indústria, que já está com fechamento de vagas, certamente vai sentir ainda mais e a questão do tabelamento de frete também deve impactar na geração de empregos. Toda esta confusão que foi gerada das idas e vindas do governo federal para negociar com a categoria geraram pessimismo em todo o mercado”, avaliou ele, que também ponderou que ainda há grande número de desempregados.

Em relação aos setores, o resultado foi puxado pela abertura de postos de trabalho no comércio (107) e principalmente serviços (677). Em contrapartida, houve redução na construção civil (fechamento de sete postos) e na indústria de transformação (-77).

Para o economista e professor da Escola de Negócios da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Jefferson José da Conceição, o momento é de incerteza. “É cedo para falar em recuperação acelerada. O PIB (Produto Interno Bruto) não deve crescer como se esperava e para a região esta pequena queda da indústria é bastante preocupante. Temos de acompanhar a massa de rendimento, que pode ter apresentado números negativos, já que os empregos em serviços são menos qualificados e pagam menos”, destacou.

Para os especialistas, os números só devem ser constantes após a definição do cenário eleitoral, em outubro, quando uma nova política econômica mais estável pode influenciar na geração de empregos.
 




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