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Rei do Anhembi amplia
domínio na Indy

Will Power venceu pela terceira vez seguida a etapa em
São Paulo da Fórmula Indy e abre vantagem no Mundial

Por Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
30/04/2012 | 07:00
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História com enredo e final já conhecidos. Este foi o cenário de ontem na São Paulo Indy 300. Pela terceira vez em três anos de prova o australiano Will Power subiu ao lugar mais alto do pódio, desta vez sem a interferência da chuva. Até com certa facilidade, o piloto da Penske liderou praticamente de ponta a ponta (só perdeu quando parou nos boxes), confirmou a boa fase e abriu 45 pontos de vantagem sobre Helio Castroneves no Mundial (180 a 135).

O segundo colocado foi Ryan Hunter-Reay, em corrida consistente, e o terceiro foi Takuma Sato, que teve atuação ousada e de recuperação, após largar em 25º (penúltimo). Já os brasileiros tiveram bons e maus momentos, e o melhor foi Helio Castroneves, em quarto. "Não acho que dominei. Estava dando tudo o que tinha para manter o Ryan atrás. A estratégia deu certo", comemorou o australiano. "A corrida é diferente a cada ano. Não há segredo", emendou.

Desde a largada o ambiente foi favorável a Will Power. Partindo na dianteira, abriu vantagem a cada volta, acompanhado apenas por Dario Franchitti. No entanto, em relargada após a primeira bandeira amarela, o escocês escapou, rodou e abriu caminho a Hunter-Reay, que aproveitou a brecha para pôr pressão no australiano da Penske. Porém, nada parecia suficiente para derrubar o líder da prova, que teve apenas que se preocupar em manter o ritmo e comemorar mais um triunfo no circuito Anhembi.

Quem apareceu como o grande nome da corrida foi o japonês Takuma Sato. Punido por mexer no motor do carro após o treino classificatório, ele perdeu dez posições no grid de largada e saiu da 25ª colocação. Aos poucos, foi chegando, se beneficiou de algumas bandeiras amarelas (inclusive que o salvou de perder uma volta) e, em manobra arriscada, passou de uma só vez Helio Castroneves e Dario Franchitti, no ‘S' do Samba, tirando suspiros dos torcedores presentes aos setores. Desta forma, alcançou o terceiro posto e manteve até o fim.

Já os brasileiros tiveram altos e baixos. Helio Castroneves, que largou em 20º, conseguiu chegar em quarto, conquistando 35 importantes pontos para o campeonato. Já Rubens Barrichello e Tony Kanaan tiveram problemas de estratégia e, apesar de figurarem entre os seis primeiros em determinado momento, terminaram respectivamente na décima e 13ª posições. Bia Figueiredo também teve grande oportunidade, quando ocupava o sétimo lugar, mas com problemas de rendimento no carro e, após acidente, ficou na 20ª colocação.

Helio festeja, Tony e Barrichello reprovam e Bia lamenta

Sentimentos diferentes por parte dos brasileiros após a corrida. Quarto colocado após largar em 20º, Helio Castroneves comemorou. "Eu estava muito chateado na classificação, mas a energia positiva da galera foi importante. Faltou pouco para o pódio, mas estou muito contente. O Will se distanciou, mas também abri do terceiro colocado", disse, referindo-se ao campeonato de pilotos.

Rubens Barrichello, por sua vez, disse que a tarde foi cheia de "aventuras", explicou que teve problemas no carro, mas destacou as emoções do começo ao fim da prova. Tony Kanaan, por sua vez, falou sobre "erro de estratégia". "Entrei em quarto para reabastecer. Depois, perguntei pelo rádio sobre minha posição e estava em 17º. Mas como equipe a gente ganha e perde junto. Não vou culpá-los", amenizou.

Já Bia Figueiredo reclamou das duas punições que sofreu durante a prova.

Desempenho e carisma de Sato contagiam coletiva

Takuma Sato foi o grande nome da entrevista coletiva após a corrida. Carismático, o japonês respondeu a todas as perguntas com sorriso no rosto. Aliás, os jornalistas praticamente não questionaram o vencedor Will Power e o vice Ryan Hunter-Reay. Deram preferência ao oriental.

Também pudera: após punição por mexer no motor de seu Rahal Letterman e largar em 25º, ele chegou na terceira colocação.

"É ótimo estar aqui. O Brasil é especial para mim. No ano passado, liderei a corrida, mas não deu por um erro de estratégia. Neste ano, o fim de semana não começou como queríamos, largamos lá atrás, mas na relargada tive boa oportunidade de chegar e ultrapassar (Castroneves e Franchitti)", comemorou. "E é a primeira vez na temporada que vejo a bandeira quadriculada", emendou o piloto.

Público dá show nas arquibancadas desde cedo

O circuito Anhembi recebeu ontem mais de 34 mil pessoas, que deram show desde cedo com a empolgação de costume. Os portões foram abertos às 7h e, para o warm-up, as arquibancadas do Sambódromo já recebiam bom número de torcedores. Depois, quando os caminhões da Fórmula Truck entraram na pista, quase não havia espaço em todos os setores da arquibancada.

Durante o desfile dos pilotos, a execução do Hino Nacional e a passagem dos caças da Força Aérea Brasileira, os fãs brasileiros sentiram na pele a emoção do evento. Mas o melhor estava por vir e quando a largada foi dada, era um tal de senta e levanta, grita, incentiva, xinga... aliás, o que deixou o público decepcionado foi o valor de comidas e bebidas, ligeiramente abusivos - um saquinho de amendoim custava R$ 5 e um cheeseburger, R$ 14.




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