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Diadema fecha acordo e parcela dívida em 10 anos com Eletropaulo
Fabrício Calado Moreira
Do Diário do Grande ABC
13/01/2006 | 08:32
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A Prefeitura de Diadema e a Eletropaulo chegaram a um acordo sobre a dívida de R$ 37 milhões que a concessionária tem a receber da administração. Ficou acertado que a Prefeitura pagará todo mês R$ 270 mil à empresa durante 120 meses (dez anos). O acordo começa a valer já neste mês e, se mantido pela companhia e pelas próximas administrações municipais, valerá até 2016.

Discutido desde março do ano passado, o parcelamento do débito foi acertado no gabinete do prefeito, José de Filippi Júnior (PT), em reunião entre os secretários Oswaldo Misso (Governo) e Adelaide Maia Moraes (Finanças) com o vice-presidente comercial da Eletropaulo, Ricardo Gobbi de Lima, e a diretora regional da empresa, Maria Teresa Vellano, além de outros representantes. O chefe do Executivo, que está em Brasília, não participou do encontro.

“O acordo está dentro do esperado”, avalia Misso, que, junto à titular de Finanças de Diadema, relatou aos executivos da Eletropaulo as dificuldades pelas quais a administração tem passado, com o seqüestro, no ano passado, de cerca de R$ 16 milhões da receita da Prefeitura por conta do não-pagamento de precatórios (dívidas de desapropriações). “Mesmo em momentos de dificuldade, a Prefeitura sempre manifestou intenção de pagar”, elogiou a diretora regional da companhia.

Até então, a Prefeitura pagava cerca de R$ 400 mil por mês à Eletropaulo pelo uso da energia elétrica. Pelo acordo fechado nesta quinta, passará a pagar R$ 130 mil a menos. Dos R$ 37 milhões que a concessionária calcula ter a receber de Diadema, R$ 35 milhões são referentes à repactuação de débitos atrasados desde 2003. Os outros R$ 2 milhões são referentes a débitos de 2004 e 2005.

Escuridão – A cidade já passou por problemas com o fornecimento de energia elétrica em fevereiro de 1999, quando o então prefeito Gilson Menezes, hoje secretário de Cultura na cidade, declarou guerra à Eletropaulo por conta dos cortes de energia em três prédios municipais. O motivo foi a dívida da Prefeitura com a Eletropaulo, que à época era de R$ 9,6 milhões, cujo pagamento fora interrompido. Para evitar novos cortes, Gilson chegou a estacionar caminhão em frente à Prefeitura para impedir o acesso ao poste, e lá amarrou a bandeira do Brasil.

A atual diretora regional da Eletropaulo, no cargo há três anos, não comentou as divergências anteriores da companhia com a administração. “No tempo que eu estou aqui nunca tivemos problemas. Tanto que a sede da Eletropaulo no ABC é em Diadema”, destacou Maria Teresa Vellano.

Parceria – Além de renegociar a dívida com a Eletropaulo, o encontro serviu também para a Prefeitura retomar algumas parcerias com a companhia para a regularização de ligações clandestinas no município, os chamados gatos. Segundo a diretora regiona, Diadema tem hoje cerca de 10 mil ligações clandestinas. No Grande ABC, são por volta de 55 mil gatos.

“É (a regularização) é um trabalho social que, a nosso ver, tem de ser feito com a Prefeitura”, avalia o vice-presidente comercial da Eletropaulo. A idéia será orientar os moradores de núcleos habitacionais da cidade a reduzirem seu consumo e enquadrarem-se na chamada tarifa de baixa renda (80 killowat-hora por mês), que tem direito a 50% de desconto na cobrança da energia elétrica. O acompanhamento durará três meses.

O trabalho da Eletropaulo, que já existia, será intensificado e contará com a ajuda da administração. “Vamos estabelecer quase que um programa de trabalho, tudo será feito de maneira sistemática”, afirma Gobbi Lima.

 



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