Cultura & Lazer Titulo Biografia
20 anos sem a divina Elisete
Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
07/05/2010 | 07:00
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Ela era mulata e começou a trabalhar aos dez anos para ajudar em casa. Mas, apesar da origem humilde, nunca se portou como coitada e já aos cinco anos estreava nos palcos. Biografada no livro "Elisete Cardoso, uma Vida", a "mãe de todas as cantoras brasileiras", nos deixou há exatos 20 anos. Para marcar a data, o jornalista Sérgio Cabral relança também hoje a biografia, publicada em 1994 - quatro anos após a morte da intérprete, aos 69, vítima de câncer (Editora Lazuli, 416 páginas, R$ 42).

Cabral e a cantora eram amigos e durante os 15 meses que o jornalista empenhou na produção do livro teve acesso ao acervo que a própria Elisete (o autor optou pela grafia que obedece às normas da língua portuguesa, embora ela tenha sido registra Elizette e assinasse os discos como Elizeth) doou ao Museu da Imagem e do Som. Para esta nova edição, revisou e acrescentou mais fotos da Divina, como ficou conhecida. Os momentos são preciosos: há retratos com Elis Regina (com quem teve uma relação difícil), Tom Jobim e Louis Armstrong (que esteve no Brasil em 1957).

O resultado espelha uma Elisete bem-humorada e adorada pelos amigos, mas que lutou bastante contra o machismo e o preconceito racial, embora não gostasse de comentá-los.

Cabral descreve com riqueza o ínicio da carreira, pelas mãos de Jacob do Bandolim, que a apresentou na Rádio Guanabara. Se conheceram no aniversário de 16 anos dela. O músico, então com 18, se encantou pela voz da garota. O pai, ciumento, quase acaba com a festa quando ouviu o rapaz elogiar a filha. Dos primórdios até o período em que era chamada de avó por filhos das empregadas, muitas nuances se apresentam. Pelo caráter agregador da Divina, a obra é fundamental para os amantes da música brasileira.




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