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Governo promete banda larga em 100 municípios neste ano
Alexandre Melo
Com AE
06/05/2010 | 07:00
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Consumidores de 100 municípios do Distrito Federal e mais 15 Estados, pertencentes às classes C e D deverão ser beneficiadas até o fim do ano com o PNBL (Plano Nacional de Banda Larga), anunciado ontem pelo governo federal. Entre os primeiros contemplados estará o Estado de São Paulo, mas, as cidades contempladas ainda não foram definidas.

Até 2014 será realizado investimento médio de R$ 13 bilhões para chegar a praticamente todas as capitais, exceto Boa Vista (RR). A expectativas é que o serviço atinja 11,9 milhões de residências, totalizando quase 40 milhões de lares nos próximos quatro anos.

O custo da banda larga será de R$ 15 para o plano com desonerações fiscais e velocidade de até 512 kbps (quilobits por segundo) e com limitação de downloads. Outro opção será de R$ 35, com velocidade de 512 a 784 kbps.

Segundo dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), 33% das conexões no País são de até 256 kbps e apenas 1% tem velocidade superior a 8 Mbps. Apenas 21% dos domicílios têm internet rápida e estão localizados prioritariamente no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do País. Além disso, o brasileiro desembolsa cerca de R$ 50 pela conexão de 256 kbps.

A estatal Telebrás (Telecomunicações Brasileiras S.A.) foi nomeada pelo governo como gestora do plano, que terá ainda participação de empresas privadas, responsáveis por levar o serviço ao usuário final.

A companhia administrará as redes de fibras ópticas de outras estatais como Eletronet e Petrobras. A ideia é oferecer essa infraestrutura, a preços mais baixos que os de mercado, para que pequenos e médios provedores de internet ofereçam os serviços ao consumidor.

AVALIAÇÃO - Para o presidente da Teleco, consultoria da área de telecomunicações, Eduardo Tude, o plano é insuficiente para resolver a questão da banda larga no País. "Europa e Estados Unidos investiram na construção de redes de fibra ótica com velocidade média de 100 Mbps." Ele acrescenta que na Austrália o aporte em oito anos chegará a US$ 38 bilhões e, após o período, a companhia estatal será privatizada.

Tude avalia que a criação de uma estatal seria mais viável que usar a Telebrás. "A impressão é que o governo não sabe onde quer chegar. As redes da Eletronet, Eletrobras e Petrobras acrescentam pouco às existentes, apesar de serem alternativas aos pequenos provedores." Contudo, o executivo pondera que a desoneração fiscal é importante para o crescimento do acesso ao serviço.

Neste ano, a rede de fibra ótica terá extensão de 11,3 mil quilômetros, utilizando os chamados anéis das regiões Sudeste e Nordeste. Até 2014, a rede chegará a 30 mil quilômetros.

Telebrás vai render R$ 5,7 bi em dez anos, diz governo

O coordenador dos programas de inclusão digital do governo, Cezar Alvarez, disse que a nova Telebrás vai render R$ 5,7 bilhões, em dez anos, com a venda de capacidade de transporte de dados no atacado. Esta será a principal função da empresa no Plano Nacional de Banda Larga: alugar redes de fibras óticas das estatais para companhias privadas, que oferecerão internet rápida ao consumidor.

Segundo o Alvarez, até o terceiro ano a empresa operarará no prejuízo. O secretário de logística e tecnologia da informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna, que participou da elaboração do plano, disse que a Telebrás não será uma companhia subsidiada e que a estatal não vai representar ônus para o Tesouro, que fará aporte de R$ 3,2 bilhões, até 2014. "Não falamos em operar empresa com prejuízo. Ela será rentável e eficiente, alcançando, em dez anos, 51% de lucro", afirmou. (Da AE)




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