Economia Titulo Alimentos
Carnes têm queda nos preços e seguram alta da inflação

Indicador registra alta de 0,83% e impulsiona IGP-M
trimestral a 2,78%; IPA e INCC também aumentaram

Por Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
31/03/2010 | 07:00
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Os consumidores encontrarão as peças de carne de alcatra e contrafilé mais baratas de acordo com o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) de março. A primeira apresentou deflação de 2,07%, seguindo o movimento visto em fevereiro, queda de 2,22% no preço. O contrafilé teve decréscimo de 3,33%, ante redução de 2,33% do mês passado.

As carnes, juntas à cenoura (-4,97%), o álcool combustível (-2,37%) e à maçã nacional (-17,97%) cooperaram para segurar o avanço do IPC de 0,83%. Em fevereiro, o indicador chegou a 0,88%.

Na outra ponta, o tomate foi o vilão, com inflação de 48,54%. No mês passado, a expansão do preço foi de 7,37%. O preço do leite longa vida subiu 6%, da batata inglesa 8,5%, do açúcar refinado 9,51% e da laranja-pêra 14,91%.

O aumento do IPC contribuiu para que o IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) registrasse acréscimo de 0,94%. O indicador é apurado pelo Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) e já acumula, em 2010, avanço de 2,78%.

Portanto, mesmo não sendo um índice oficial, o IGP-M demonstra que a inflação nacional, em três meses, supera a meta anual do BC (Banco Central do Brasil), que é de 4,50%.

O coordenador do Grupo de Análise e Previsão do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada da Presidência da República), Roberto Messenberg, acredita em melhora do cenário. "O que está pressionando a inflação ainda são os fatores sazonais do início de ano (chuva, Educação e transporte urbano), que foram mais fortes que nos outros anos. E na medida que eles deixem de atuar, temos trajetória benéfica ao longo do ano."

O diretor do curso de Economia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), Francisco Funcia, comenta que o IGP-M, apurado entre 21 de fevereiro e 20 de março, conta com vestígios de inflação do primeiro bimestre.

O IPA (Índice de Preços por Atacado) e o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) subiram, respectivamente, 1,07% e 0,45%.

No atacado, a laranja (24,34%) e tomate (46,53%) alavancaram a alta. A soja em grão (-5,60%), arroz em casca (-9,77%) e o álcool etílico anidro (-9,46%) não deixaram o IPA subir tanto.

A deflação foi menor dentro do INCC, pois as maiores quedas de preços foram da argamassa (-0,56%) e da massa corrida para parede (-0,55%).

Para Messenberg, com base no que os indicadores vêm apresentando, "o mais provável é que você tenha uma atenuação dos preços dos alimentos ao longo do ano. Mas nada assustador em termos de inflação".




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