A Câmara de Diadema aprovou ontem, em duas discussões, projeto de lei que autoriza a Prefeitura a estabelecer convênio com o governo do Estado para instalação de unidade do Banco do Povo Paulista na cidade. O estabelecimento já havia sido anunciado pelo prefeito Lauro Michels (PV) em janeiro, em visita do secretário estadual do Emprego, Carlos Ortiz (PDT), ao município.

Apesar da aprovação por unanimidade, o texto foi criticado pelos oposicionistas porque o governo encaminhou a proposta 15 minutos antes da sessão - que tradicionalmente começa quinta-feira, às 14h. Os vereadores José Antônio da Silva (PT) e Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), disseram que votaram a favor pela importância da unidade em Diadema, única cidade do Grande ABC que não havia sido contemplada com o projeto.

A propositura de Lauro envolve a abertura de crédito adicional de R$ 100 mil no Orçamento deste ano. O valor serve como contrapartida para a implementação do Banco do Povo Paulista. Pelo acordo firmado com o governo do Estado, a Prefeitura terá de disponibilizar R$ 90 mil do R$ 1 milhão estimado para aplicações em negócios no município.

"Cada R$ 1 investido pela municipalidade acarretará no investimento de outros R$ 9 por parte do governo do Estado, fazendo com que os investimentos realizados pela Prefeitura revertam multiplicados por dez em benefícios de seus cidadãos", escreveu Lauro na mensagem encaminhada aos vereadores.

O encaminhamento no afogadilho do projeto gerou desconforto na base governista, e oposicionistas ensaiaram pedir adiamento da segunda votação do item. Com maioria na Casa, articuladores da gestão verde enterraram a manobra.

FINALIDADE

O programa oferece empréstimos com juros de 0,5% ao mês a profissionais liberais que indicarem a finalidade do recurso. A quantia pode ser utilizada para abertura de negócios, compra de maquinários de trabalho ou para ampliação de produção.

O Banco do Povo Paulista de Diadema vai disponibilizar R$ 1 milhão a empréstimos. Se o solicitante for pessoa física, terá de comprovar residência na cidade há pelo menos dois anos. Se for jurídica, não há limite mínimo, mas o faturamento anual tem de ser de até R$ 240 mil.

A unidade será instalada na Rua Amélia Eugênia, 397, onde hoje funciona a Central de Atendimento.