O ingresso de capital estrangeiro no País, depois que o clima de terror com a crise norte-americana amenizou, fez com que as ações tivessem mais um dia de alta generalizada na Bovespa, O índice paulista subiu puxado principalmente pela Vale e Petrobras e retomou o patamar de 64 mil pontos.

A Bovespa encerrou a sessão em alta de 1,28%, aos 64.175 pontos, depois de oscilar entre a mínima de 62.793 pontos (-0,9%) e a máxima de 64.731 pontos (+2,16%). O volume financeiro negociado ontem totalizou R$ 5,650 bilhões.

“O cenário ainda inspira cuidados, a crise ainda existe, mas o pior já passou”, avalia o gerente do departamento de análise da Prósper Corretora, André Segadilha. Segundo ele, o retorno dos estrangeiros às compras é uma das principais, senão a principal, causa para a recuperação da Bovespa, que ainda não fechou em queda neste mês.

Toda essa euforia não seria possível se os Estados Unidos não deixassem. Os investidores ficaram ressabiados por lá ontem, depois que o dado de auxílio-desemprego alarmou. O Departamento de Trabalho anunciou que os pedidos aumentaram 38 mil na semana encerrada em 29 de março, para 407 mil, nível mais alto desde 17 de setembro de 2005. O mercado de trabalho frágil preocupa justamente porque acaba comprimindo o consumo, que é o motor da maior economia do planeta.

Apesar disso, os investidores mantiveram a tranqüilidade, principalmente depois de ouvir do presidente do Federal Reserve (banco central dos EUA), Ben Bernanke, no seu depoimento do Senado. Ele disse que o Fed é criativo e que pode tirar da cartola novas ferramentas para impulsionar a economia do país, embora acredite que ela cresce lentamente e que deve mostrar recuperação no segundo semestre de 2008.