Fruto do mix de um roteiro de Guilherme Almeida Prado com um romance de Caio Fernando de Abreu, estréia hoje somente no circuito paulistano Onde Andará Dulce Veiga?

A história, no início, é simples. Um jornalista, não por acaso chamado Caio (Eriberto Leão), entrevista uma cantora de rock, Márcia (Carolina Dieckman), e descobre que ela é filha da famosa Dulce Veiga (Maitê Proença), que desapareceu sem deixar traços. Mas o chefe de Caio é louco por Dulce e coloca o repórter na pista da cantora.

No filme, há o ambiente do agrado de Guilherme: cenário noturno, aquele onde os gatos são pardos e as aparências sempre enganam, deixando entrever múltiplas realidades sob um mundo que se supõe estável. Enfim, esse real, no universo dos filmes de Guilherme, é móvel, cediço, frágil; depende muito do ponto de vista de quem observa. E, como o ‘olhar' proposto também não é fixo, o desenvolvimento da história causa ao espectador uma crescente sensação de instabilidade, quando não de desamparo.