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Benfeitor lança campanha do Natal

Instituição espírita de Santo André arrecada panetones e brinquedos para crianças e idosos

Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
29/11/2011 | 07:00
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O Centro Espírita Benfeitor, instituição filantrópica localizada no bairro Camilópolis, em Santo André, acaba de lançar a 14ª Campanha de Natal. Em clima de solidariedade aos menos favorecidos, a entidade está na captação de panetones para as famílias assistidas e brinquedos para a garotada carente da figura do Papai-Noel.

Além dos brinquedos e panetones neste Natal, outros itens também são bem-vindos ao longo do ano, como produtos de higiene pessoal (fraldas geriátricas para os idosos acamados, cremes para assaduras e lenços umedecidos), alimentos não perecíveis e cestas básicas.

O Benfeitor, local de bênção de luz, não é responsável pelo atendimento direto de crianças, adolescentes e idosos em situações de vulnerabilidade social. No entanto, a instituição, presidida por Rinaldo De Santis, faz o trabalho de formiguinha na ajuda aos mais necessitados. Muitas vezes, de forma secreta e sem divulgação pública.

"A humanidade está carente de bons exemplos para o bem", afirmou Rinaldo, fala mansa e que sempre traz uma palavra de fortalecimento para as pessoas que frenquentam semanalmente sua casa. Ali, encontram paz de espírito para enfrentar os embates da vida.

E por trás da doutrina espírita que cultua a entidade, são cerca de 300 pessoas, entre crianças, adolescentes, homens em situação de rua, mulheres vítimas de violência doméstica e idosos sem famílias e doentes, atendidos indiretamente e mensalmente pelos voluntários do Benfeitor.

Originalmente, as campanhas de Natal e de arrecadação de alimentos eram destinadas para 45 famílias sem condições econômicas, que correspondem a cerca de 150 crianças em situação de vulnerabilidade social do Grupo Espírita Anjo Ismael, situado em Itaquera, bairro da periferia de São Paulo.

De uns anos para cá, houve a ampliação do número de instituições beneficiadas com as doações ou mesmo com os trabalhos desenvolvidos no Benfeitor. "Recebi a orientação dos mentores para aumentar o número de entidades voltadas a crianças e idosos", confidenciou Rinaldo, bem mais satisfeito com o novo desafio.

Todas elas com trabalhos sérios e importantes na área assistencial do Grande ABC. Entre as entidades, Grupo Luz Assistência e Orientação, Lar Bom Repouso e Lar Anália Franco, todos em São Caetano, além da Creche Luz do Vale e Associação Beneficente dos Idosos, em Santo André.

Cada panetone ou brinquedo doado no Benfeitor (veja endereço nesta página) será devidamente encaminhado para as entidades cadastradas. A luta agora é chegar em número expressivo de arrecadação espontânea e de coração aberto, principalmente para alegrar o Natal de uma criança que alimenta os sonhos e encantos na figura do Bom-Velhinho.

Fila dobra o quarteirão para ver Rinaldo, homem de fé

Toda sexta-feira, a partir das 18h, a fila chega a dobrar o quarteirão, entre as ruas Ercília e do Centro, no bairro Camilópolis, em Santo André. O Benfeitor chega a registar, em média, 500 pessoas na noite.

Do total de frequentadores, muitos corações aflitos em busca de mensagem de familiar que já partiu. Para os espíritas, que desencarnou. E elas chegam, se for a hora certa, pelas mãos do médium Rinaldo De Santis. Emocionam e impressionam pela minuciosidade de detalhes e nomes. "Recebo mensagens de conteúdo espiritual (livros inclusive) e de consolo", explicou o presidente do Centro Espírita Benfeitor.

Discípulo do mineiro Francisco de Paula Cândido Xavier, o Chico Xavier, Rinaldo, nascido e residente em São Caetano, conheceu o médium brasileiro em 1983, na cidade de Uberaba. "Foi ele quem me ensinou a não olhar para trás", relembrou.

Foi o mesmo Chico quem recomendou a Rinaldo a construção de uma casa espírita no Grande ABC para ajuda ao próximo. Como bom aluno, não hesitou com o desafio e ergueu a sede própria, após a compra do terreno em 1990, no bairro Camilópolis. Dinheiro do próprio bolso.

Rinaldo estudou em colégio de freiras em São Caetano, o tradicional Externato Santo Antonio, mas não foi o suficiente para seguir no catolicismo. "O espiritismo me escolheu", contou. E mais uma vez se espelha em Chico. "Temos de ter um espírito jovem. A religiosidade é do homem e não de Deus", acrescentou.
Aliás, Rinaldo é daquelas pessoas que as pessoas não cansam de ouvir, principalmente por sua humildade.

Sobre a longa fila que se forma semanalmente, o médium justificou ser missionário. "A pessoa vê na gente alguém em quem possa acreditar. Isso chama-se fé", ensinou.




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