Quem não conhece Luiz Gonzaga Belluzzo e travar com ele uma acalorada discussão sobre sua maior paixão, o futebol, não perceberá que corre sangue italianíssimo por aquelas veias.

Articulado, entendido e com boas teses táticas e técnicas, Belluzzo consegue participar de qualquer conversa sobre o tema com a maior serenidade possível.

Bom caráter e responsável pela vitoriosa parceria Palmeiras-Parmalat, nunca se viu o atual presidente do Palmeiras reivindicar para si aquilo que um monte de palmeirenses dizia - e mentia -, por se sentir equivocadamente responsável por aquelas tantas conquistas e a parceria.

Belluzzo cresceu nas alamedas do Palestra Itália, sempre levado pelo pai. Mas nunca foi considerado um cardeal para assumir o comando do clube.

De uma hora para outra, na tentativa de estabelecer a paz nas tendenciosas alas políticas do clube, foi guindado à presidência e parece que foi picado pela mosca tsé-tsé. Imaginou-se que chegava uma nova mentalidade, novos métodos.

A ameaça física contra Carlos Eugênio Simon, que prejudicou indiscutivelmente o seu time, foi o primeiro desatino. A boa vontade com um bando de gente que se esconde sob o biombo de torcida uniformizada, foi outro erro.

Belluzzo não conseguiu unir os ambiciosos cartolas. Pelo contrário! Viu crescer a divisão política que influenciou decisivamente na mais chorada derrota de uma conquista anunciada previamente e que ninguém duvidava.

O pacato homem agora recebe envelopes com ameaças de morte. Uma das mensagens mentirosamente estava assinada pela torcida adversária Independente, do São Paulo. Outra tinha até uma bala.

O que pretende(m) esse(s) beócio(s)? Isso não é coisa de gente que possa continuar vivendo em sociedade.

A Polícia Científica já entrou em campo e não precisou de muito jogo para descobrir a verdade. Brevemente saberemos quem é (são) o(s) responsável (is).

Será que essa gente não sabe que existem outros métodos muito mais civilizados para se discutir, brigar, no bom sentido, lutar pelo poder e tentar fazer valer as suas opiniões?

Belluzzo ainda não conseguiu entregar um grande título à torcida palmeirense. Aliás, seus times de 2009 e 2010 estão pisando na bola.

Mas fará um grande favor ao esporte se não esmorecer. Não se esqueça que renúncia é coisa de covarde.

Sua luta é a de todos os cidadãos que entendem haver limite para tudo. Não se pode conviver com gente assim. Usando as leis penais do País, o melhor é fazê-lo(s) ficar (em) à margem de um mundo que pretendemos real e melhor, aliás, o que ele(s) ignora(m) completamente.