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Fraga: economia do Brasil é aprovada internacionalmente
Por Do Diário do Grande ABC
31/01/2000 | 10:43
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O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, disse domingo em Davos, na Suiça, que a sua participaçao no Fórum Econômico Mundial foi "excelente". Fraga que já está no Brasil, disse que a comunidade financeira internacional está satisfeita com a recuperaçao da economia brasileira. "Se houvesse uma escala de preocupaçoes de um a dez, há um ano o Brasil estava em dez, no meio do ano passado em sete e agora baixou para cinco", disse Fraga. "O Brasil está muito menos na primeira página do pessoal, o que é positivo."

Fraga disse que, "como a crise econômica no Brasil foi totalmente superada", as dúvidas das pessoas com que conversou em Davos em relaçao ao país foram muito mais variadas. "Uns falaram sobre a área monetária, outros querem saber sobre a continuidade do nosso trabalho na área estrutural, na área fiscal, há também muitas perguntas sobre o sistema financeiro e o Mercosul."

No sábado a noite, o presidente do BC participou de um jantar de quinze pessoas no qual Lawrence Summers, secretário do Tesouro dos Estados Unidos, estava presente. "Falamos sobre alguns temas gerais, como a questao fiscal", disse Fraga.

Fraga disse que o discurso do presidente Bill Clinton, no sábado, conclamando uma nova rodada de negociaçoes no âmbito da OMC, com a inclusao de cláusulas trabalhistas e ambientais, repercutiu muito entre os participantes. "A posiçao do Brasil é a mesma. Precisamos trabalhar pela realizaçao de uma nova rodada de negociaçoes após o fracasso de Seattle. Vou fazer um relatório verbal do que vi por aqui lá em Brasília."

Fraga disse também que saiu do encontro convencido de que o modelo competitivo do Brasil na área de Internet e telecomunicaçoes é muito bom. Ele admitiu, no entanto, que os problemas de infra-estrutura no setor ainda preocupam os empresários estrangeiros. "Parte do problema poderá ser resolvido pela iniciativa privada e nós do governo teremos que dar um empurrao nas áreas mais carentes. Mas eu nao sou um especialista nessa área, que está em muito boas maos no governo."

Juros- Fraga reafirmou que o Brasil nao deverá ser afetado por um eventual aumento da taxa de juros nos Estados Unidos. "Os mercado futuros estao prevendo dois ou três aumentos nos juros nos Estados Unidos - mas atençao, essa nao é a minha previsao, mas sim dos mercados, eu nao faço previsoes. Ninguém gosta de aumento de juros, naturalmente, mas se eles ocorrerem há algumas atenuantes nesse caso. Eles serao conseqüência de uma economia forte, que significa um melhor mercado para as nossas exportaçoes, melhores preços para nossos produtos. E nós nao temos nenhum endividamento de curto prazo, que é tipicamente o endividamento mais afetado por esses aumentos nas taxas de juros de curto prazo nas economias americana ou européia."

Fraga negou que o fato de ter sido elogiado por vários pesos-pesados da economia mundial, como o megainvestidor George Soros ou o vice diretor-gerente do FMI, Stanley Fischer, possa causar ciumeira dentro do governo. "Isso aconteceu porque sou eu que estou aqui. Se fosse outro integrante do governo, seria a mesma coisa. Nao tenho a menor dúvida de que o trabalho de equipe é reconhecido como trabalho de equipe. Eu nao tomo esses elogios como coisa pessoal. Se o ministro Malan estivesse por aqui teria sido a mesma coisa, ou qualquer outro integrante do governo."

Sobre a sua boa imagem no exterior, Fraga disse que "é melhor ser bem visto do que nao ser, mas a gente tem de manter uma certa humildade para reconhecer que as coisas estao indo bem porque o governo, como um todo, está trabalhando com competência."

O trigésimo encontro anual do Fórum Econômico Mundial continua até a próxima terça-feira. Além de Fraga, o presidente do BNDES, Andrea Calabi, também já retornou ao Brasil.




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