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Semente plantada por Laís segue dando frutos
Por Dérek Bittencourt
23/11/2021 | 00:01
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<EM>Santo André está a dois (ou três) jogos de conquistar pela nona vez o Campeonato Paulista de basquete feminino. Dos oito títulos anteriores, três foram alcançados pela Pirelli (1965, 1974 e 1975) e cinco com o nome da cidade (1995, 2011, 2016, 2017 e 2018), mas todos têm uma personagem em comum: a ex-jogadora e técnica Laís Elena, que participou dentro e fora das quatro linhas de todos estes triunfos. Infelizmente, este ícone da bola laranja não resistiu a um câncer de mama em 2019. Ainda assim, seu legado vem sendo mantido pela fiel escudeira, Arilza Coraça que, juntamente a outras jogadoras que tiveram influência de Laís, tentará o nono troféu andreense. O primeiro jogo está marcado para quinta-feira, contra o Sesi Araraquara, no Interior. O segundo confronto possivelmente será no domingo, no ginásio do Parque Celso Daniel, que poderá abrigar o terceiro jogo, se necessário, na quarta-feira seguinte.

É absolutamente admirável o trabalho que foi feito por Laís para manter a modalidade ativa durante o tempo em que defendeu a equipe andreense. Foram 51 anos dedicados ao esporte em Santo André. Toda esta paixão foi absorvida por Arilza e sua braço direito, Andreia ‘Coraçinha’, e se reflete nas jogadoras. Quem vê Jaqueline, Ariadna, Sassá, Cacá, Lays, Glenda e companhia em quadra, automaticamente enxerga aquela vibração que a ex-treinadora exigia das atletas – aliás, com exceção das duas últimas, todas as demais trabalharam com Laís Elena. Assim, não é piegas dizer que essas atletas jogam por amor à camisa. A identificação delas atravessa anos de dedicação, suor e, inegavelmente, afeto.

Aliás, é preciso falar de uma das que mais carregam este sentimento: Sassá. Que grande momento vem vivendo a jogadora que, consequentemente, tem colaborado enormemente para o sucesso da equipe andreense na temporada. Suas atuações nas semifinais contra o Vera Cruz/Campinas foram fundamentais para que o time chegasse à condição de finalista. E que, sem dúvida, fazem-na rebobinar a fita e voltar no tempo, 13 anos atrás, quando foi convidada a vir ao time do Grande ABC. Não só veio como se consolidou e acabou convocada para a Seleção Brasileira desde a base até o profissional. Recentemente, inclusive, defendeu o Brasil 3x3 na AmeriCup e teve desempenho sensacional, integrando o time ideal da competição, que terminou com a medalha de prata no peito das brasileiras.

Sassá colhe hoje os frutos dos ensinamentos plantados por Laís Elena e Arilza Coraça desde que ela era adolescente. Mesmo quando, em 2017, decidiu fazer uma pausa na carreira para realizar o sonho da maternidade, teve apoio incondicional da dupla. Foi assim que nasceu Anallu. Depois, regressou ao basquete, jogou no Paraná, em Ponta Grossa, onde se identificou com o 3x3. E foi no Corinthians que ela conquistou o Campeonato Brasileiro da modalidade. Neste ano, regressou para Santo André e, há dois meses, estive numa manhã em um treino no ginásio do Celso Daniel, para entrevistar algumas jogadoras. A ideia era falar com as novatas do grupo, recentemente alçadas da base, casos de Marcella Prande, Giovanna Rocha da Silva, Ana Paula Dias e Stephany Gonçalves – que, mesmo tendo entre 15 e 18 anos, participaram desta campanha no Estadual –, e contrapor com as histórias das veteranas Cacá e Sassá, que há uma década estavam justamente nesta situação de transição. Brinquei com as ‘mais velhas’ que, por este Diário, havia acompanhado a promoção delas para o time profissional e Sassá, prontamente, brincou. “É bom estar de volta para casa. E agora a gente é mãe.” Tranquilamente posso atestar, para sorte de Santo André: a mãe tá on! E lá de cima, a mãezona Laís sem dúvida está orgulhosa de Sassá e as demais jogadoras andreenses.

A VÁRZEA VIVE
Bonito de ver as arquibancadas do Estádio do Inamar lotadas, domingo, para a final da Super Copa Pioneer de futebol amador, apelidada carinhosamente como Liga dos Campeões da várzea, por reunir os melhores times do Grande ABC, Região Metropolitana e Capital. Em campo, quem levou a melhor foi o Área do Verde que, após empatar por 1 a 1 com o 7 Praias no tempo normal, venceu nas penalidades, contando com duas providenciais defesas do goleiro Poty, encerrando de maneira invicta a campanha na competição. O duelo, inclusive, foi apitado por árbitro do quadro da Federação Paulista de Futebol Vinícius Gonçalves Dias de Araújo, e que vem atuando nas séries A e B do Brasileiro, dando a dimensão da importância do evento. Parabéns aos organizadores. A várzea vive!

LIBERTADORES
Palmeiras e Flamengo chegam em condições distintas para a grande decisão continental, sábado, em Montevidéu, no Uruguai. Enquanto o Rubro-Negro está na crista da onda, com Michael em grande fase, o Verdão vem sendo colocado em xeque, com seguidas derrotas no Brasileirão e briga entre dois dos líderes do elenco (Weverton e Gustavo Gómez). Comentei com um amigo: seria este o plano que Abel Ferreira disse ter para a final, chegar desacreditado, sem qualquer favoritismo, jogar por uma bola e conquistar o tricampeonato? Em caso afirmativo, minha família palestrina agradeceria, gajo! 




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