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Cenário econômico põe em xeque força da Black Friday

Com inflação em alta, setor registrou queda de 1,3% nas vendas em setembro, resultado que acende luz amarela

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16/11/2021 | 00:01
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Denis Maciel/ DGABC


O cenário desolador para o varejo, que recuou 1,3% em setembro em meio à inflação em disparada, coloca em dúvida a força de uma das datas mais esperadas do varejo: a Black Friday (dia 26). Diante do momento econômico difícil, o jeito está sendo apostar na força da comunicação: desde o início deste mês, as marcas veiculam campanhas sobre a data na televisão, nas redes sociais e até em jogos de computador.

Segundo levantamento feito pela plataforma Buzzmonitor, o interesse pela Black Friday cresceu entre outubro e novembro nas redes sociais, como é comum neste período. Em um mês, as publicações no Instagram sobre o tema cresceram 3.900%. “De um lado algumas empresas estão cautelosas, mas de outro o cliente tenta tirar o atraso do que ele não fez durante a pandemia”, avalia o consultor Jaime Troiano, da Troiano Branding. 

Nomes como Magazine Luiza, Via – dona da Casas Bahia e Ponto Frio – e Mercado Livre prometem nas campanhas facilidades como frete grátis, parcelamentos e descontos que vão de 20% até 70% nos produtos de plataformas digitais e em lojas físicas. 

Para o consultor em marcas Luciano Deos, da consultoria GAD, o cenário de inflação, dólar alto e baixos estoques deixam companhias receosas de fazer campanhas mais agressivas. “Dar descontos neste momento é uma dificuldade de todas as empresas, principalmente a um mês do Natal, que também é uma data muito importante para o setor.” 

Para Deos, diferentemente de anos anteriores, esta edição deve ser dedicada a “manter a agenda” e trazer reposicionamento de marcas, já que as ofertas devem ser mais tímidas. “As marcas vão preferir esperar para vender no Natal, quando é possível vender com preços melhores”, diz.

APOSTA DIGITAL

Às vésperas da data mais importante do ano para os seus negócios, o Mercado Livre tenta superar os resultados obtidos em 2020. Para atingir esse objetivo, a companhia decidiu fazer um esquenta de promoções com foco nas campanhas publicitárias veiculadas no TikTok e no Instagram. 

Além disso, o marketplace se prepara para lançar uma ação voltada aos gamers, dentro de um jogo de computador. “Vamos criar uma réplica do Meli (jogo eletrônico) dentro da plataforma para os usuários”, diz a diretora regional de marca do Mercado Livre, Thais Nicolau.

E a Black Friday também entrou no radar de sites chineses de e-commerce. Conforme levantamento do Buzzmonitor, as buscas no Google por empresas asiáticas como Shopee e Shein cresceram 14%. Nas redes sociais, a marca de roupas anuncia sua ação de cartões-presentes e divulga produtos com preço inicial de R$ 3,99, enquanto o e-commerce de variedades promete itens partindo de R$ 1,99.




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