Setecidades Titulo Nível
Chuvas dos últimos dois meses são insuficientes para encher reservatórios

Sistemas hídricos que abastecem Santo André, São Caetano e Mauá apresentaram queda no nível de água desde setembro

Arthur Gandini
Especial para o Diário
03/11/2021 | 00:12
Compartilhar notícia
André Henriques/ DGABC


As chuvas que têm atingido o Grande ABC desde setembro têm sido insuficientes para aumentar o nível de água dos sistemas hídricos que abastecem Santo André, São Caetano e Mauá. O Cantareira, que é responsável por abastecer São Caetano, e o Alto Tietê, que atende aos outros dois municípios da região, estão com níveis alarmantes.

Em 10 de setembro, o Cantareira registrava 35,1% da sua capacidade em período de escassez de chuvas. O percentual caiu ontem para 28,4%. Já o Alto Tietê registrava 43,2% em setembro, contra 39,6% ontem. A região também é atendida por outros dois sistemas. O Rio Claro abastece Santo André, Ribeirão Pires e Mauá. Entre as duas datas, o seu percentual subiu de 40,4% para 43,2%. Já o Rio Grande leva água para Santo André, São Bernardo, Diadema e Rio Grande da Serra. O seu nível subiu de 73,3% para 83,3%.

A bióloga e pesquisadora da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Marta Marcondes, afirma que os sistemas lidam hoje com o acúmulo de terra, o que diminui a capacidade dos reservatórios. Ela avalia que o início do período de chuvas demorou mais neste ano. O desmatamento da região ainda faz com que as chuvas tenham efeito negativo sobre o abastecimento.

“Em Rio Grande da Serra, choveu um monte, mas temos várias áreas que foram desmatadas. Quando vem a chuva forte, ao invés de ser absorvida pelas áreas de mata, ela está carregando o solo que está sem a mata (para dentro do reservatório)”, exemplifica.

Robson Costa, engenheiro sanitarista e professor dos cursos de engenharia da Estácio Santo Amaro, afirma que o nível de água de todos os reservatórios é preocupante. “Vai haver um racionamento em breve se não houver aumento considerável decorrente de uma chuva volumosa de novembro até março”, prevê.

Já Ricardo Crepaldi, coordenador da Câmara Técnica de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas da ABES-SP (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – Seção São Paulo), acrescenta que o consumo de água da população segue elevado à revelia de campanhas de conscientização do poder público. “As medidas de economia não têm surtido efeito. Ainda se vê muita gente lavando as calçadas”, lamenta o especialista.

Em nota, a Sabesp afirma que não há risco de abastecimento atualmente e reforça a necessidade do uso consciente da água. “A região do (Grande) ABC é abastecida pelo sistema integrado, composto por sete mananciais e que permite transferências rotineiras de água entre regiões, conforme a necessidade operacional”, destaca.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;