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Acredito no sucesso de Livinho no Azulão
Dérel Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
20/07/2021 | 00:48
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“Se teu hobby é jogar, não vou te criticar, tá de parabéns.” Este trecho levemente adaptado da música Fazer Falta, do MC Livinho, pode servir para calar os haters, que invadiram as redes sociais do clube contrários à contratação do cantor de funk. A música original, aliás, fala sobre “sarrar” e “sentar”, mas não vou entrar nesses méritos (até porque, minha avó lê a coluna!). Prefiro então falar um pouco sobre essa tentativa do Azulão em voltar aos holofotes, mesmo que – ainda – não seja por questões em campo. A contratação do artista é mais uma ação da nova gestão, que sabe do peso da camisa, mas que também sente os efeitos dos problemas que a agremiação viveu em passado não muito distante, com dívidas e processos se acumulando. Então, os recém-chegados dirigentes viram no sonho do funkeiro em jogar futebol profissionalmente e na popularidade que ele carrega (com 10,1 milhões de seguidores no Instagram, clipes com 400 milhões de visualizações no YouTube e fãs por todo o País) uma chance de ouro. Literalmente. É marketing? Sim! E isso não é crime algum! Pelo contrário.

O Santo André Futsal, por exemplo, trouxe os youtubers Lucaneta e Henry Japa para a disputa da Liga Nacional e do Campeonato Paulista. É bem verdade que ambos têm canais voltados ao esporte, rotineiramente mostram suas habilidades e o quanto são entrosados com a bola, mas não eram atletas. Ainda assim, trouxeram com eles toda sua fan base, que passou a acompanhar de perto o dia a dia da dupla no Ramalhão, tanto em quadra quanto nos bastidores. E, apesar de terem que conciliar os treinos e jogos com suas agendas fora das quadras – situação acordada com o clube anteriormente –, suas imagens trazem um ganho enorme quando associadas à equipe, fato confirmado pelas transmissões dos jogos do time, que atraem milhares de espectadores (meus colegas de TVila Marcelo Mendez e Eduardo Bianchi não me deixam mentir!).

Então, por que seria diferente com Livinho? Apenas a imagem dele ao lado do presidente Manoel Sabino Neto já bombou em sites e nas redes sociais, imagina todo o ganho que essa parceria pode trazer se as expectativas de ambas as partes se confirmarem, ou seja, caso o artista se saia bem dentro de campo como nos festivos jogos de fim de ano nos quais ele costuma deitar e rolar. Vou aguardar com ansiedade as cenas dos próximos capítulos. Ah, e para quem argumenta que, em vez de dar chance para um artista de 26 anos o São Caetano precisa voltar atenções para milhares de jogadores de base e até amadores que estão soltos por aí em busca de uma oportunidade, eu não discordo. Mas não concordo plenamente. Neste caso específico a vinda de Livinho tem um significado maior. E, sinceramente, torço para que dê certo.

VITÓRIA COM ‘V’ MAIÚSCULO
Aliás, falei do Santo André Futsal ali em cima e não posso deixar de exaltar: que grande jogo a equipe fez neste fim de semana pela Liga Nacional. Simplesmente atropelou o atual campeão da competição, no Ginásio Poliesportivo de São Bernardo, o todo poderoso Magnus, de Sorocaba, por sonoros 7 a 1, com gols de Xaropinho (três vezes), Ton, Leandrinho, Thiago Cabeça e Israel – enquanto Lucas Gomes descontou para os visitantes. E não pensem que o time do Interior veio ao Grande ABC com time misto ou muito desfalcado. Muito pelo contrário. A ponto de o experiente e habilidoso Rodrigo Capita publicar nas redes sociais uma mensagem de parabéns aos andreenses pelo ”grande jogo”.

Eufórico, o presidente Rodolfo Guedes traçou um comparativo um tanto quanto pertinente. “Coisas que só o Ramalhão faz, como ganhar dentro do Maracanã (citando o título da Copa do Brasil de futebol de 2004), eliminar eles como fizemos no sub-20 (pelo Estadual de 2019). São feitos que só essa camisa pesada é capaz”, enalteceu. “Nosso time é aguerrido. Quando está completinho, com todo mundo 100%, é difícil de ser batido. Tem muita vontade de vencer”, continuou. A vitória histórica aproximou a equipe da vaga nos playoffs da Liga Nacional, restando três jogos para o fim da primeira fase, logo neste primeiro ano do time na competição. Parabéns!

ABRE O OLHO, CBF!
E por falar em Santo André, migro de volta da quadra para o campo. Sábado, o Ramalhão enfrentou o Madureira, no Rio de Janeiro, pela Série D do Campeonato Brasileiro. E chamar de campo o local onde o jogo aconteceu é um elogio. Isso porque as condições do gramado do Estádio Aniceto Moscoso, no Rio, estavam lamentáveis. Nem mesmo os jogadores do time da casa escaparam de escorregões, tropicões. A bola quicava praticamente a todo instante, prejudicando os dois lados, é verdade. E nem estou diretamente usando isso como justificativa para a derrota por 1 a 0. Porém, acho que a Confederação Brasileira de Futebol deveria estar atenta a esse tipo de situação. Afinal, coloca em risco jogadores e equipe de arbitragem.

Aliás, independentemente se o Santo André venceu ou não, merecem aplausos alguns torcedores da Fúria Andreense, que, mesmo sem poder entrar no estádio, foram do Grande ABC à Cidade Maravilhosa, se dirigiram até a porta do hotel onde o time estava hospedado e fizeram bela festa, com bandeiras, faixas e fumaça azul. E ontem ainda curtiram a praia em Copacabana.  




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