Setecidades Titulo Retroativo
Funcionários da Fundação ABC cobram dissídios atrasados

Valores não são repassados desde 2016 e agora estão sendo discutidos na Justiça

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
20/11/2020 | 00:01
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Cerca de 10 mil trabalhadores da FUABC (Fundação ABC), que atuam nos equipamentos de saúde de Santo André, São Bernardo, São Caetano e Mauá, aguardam pelo pagamento de dissídios referentes a períodos retroativos, desde 2016. O valor é devido porque a data-base da categoria é maio, mas cada prefeitura repassou o reajuste em meses distintos. O valor que deveria ter sido pago entre maio e o mês que efetivamente o aumento foi aplicado é o que está sendo discutido na Justiça.

Os trabalhadores de Mauá não receberam reajuste porque, segundo o sindicato, o aumento não foi pago pela Prefeitura à FUABC para ser repassado aos funcionários. Uma técnica de enfermagem de 38 anos, que atua em São Bernardo e pediu para não ser identificada, explicou que a demora na regularização da situação tem atrapalhado os funcionários. “A gente só escuta falar que estão fazendo os cálculos, que não tem dinheiro, mas nada é resolvido”, reclamou.
No fim de outubro, o SindSaúde ABC (Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Privados de Saúde do Grande ABC) realizou assembleia com os trabalhadores e enviou ofício para as câmaras de vereadores das quatro cidades pedindo que os futuros presidentes dos legislativos municipais, ao receberem os projetos de LOA (Lei Orçamentária Anual), se certifiquem que está previsto o repasse para a FUABC garantir o aumento anual da categoria.

“Já temos ações de alguns anos transitado em julgado (quando não cabe mais recurso) e no mês passado, após uma audiência de conciliação, unimos todos os processos e tiramos as dúvidas sobre os cálculos”, afirmou o presidente do sindicato, Almir Rogério, o Mizito. “Agora estamos aguardando que o perito defina os valores”, completou. O sindicalista estima que até o primeiro semestre do ano que vem a situação tenha sido resolvida.

As prefeituras que contam com prestação de serviço da FUABC em seus equipamentos de saúde foram questionadas sobre a situação. São Bernardo informou que a atual administração está com o pagamento dos dissídios em dia, com acerto, inclusive, de atrasos da gestão anterior. São Caetano informou que neste ano a administração aplicou parcialmente os dissídios desde 2016 para as categorias dos sindicatos da saúde, dos médicos do Grande ABC e dos farmacêuticos, e que há saldo de aplicação do dissídio sendo negociado. Santo André e Mauá não responderam até o fechamento desta edição.

A FUABC informou, por meio de nota, que o pagamento dos dissídios retroativos foi judicializado pelo próprio SindSaúde ABC, que optou por discutir na Justiça os índices de reajuste salarial. Com relação ao dissídio deste ano, apontou que o índice está em fase de discussão pelas secretarias municipais de Saúde, tendo em vista a elaboração dos orçamentos de 2021. “Outros casos específicos seguem em negociação direta com o sindicato”, conclui o comunicado.  




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