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Segundo turno esquenta no Grande ABC

Prefeituráveis em Diadema e em Mauá anunciam apoios na reta final das eleições depois de Yoshio e Veríssimo inclinarem pela neutralidade em suas cidades

Por Raphael Rocha
Júnior Carvalho
20/11/2020 | 00:44
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Celso Luiz/DGABC


As composições de segundo turno esquentaram a dez dias da eleição em Diadema e em Mauá, únicas cidades da região onde a disputa foi alongada. Ontem, todos os quatro candidatos na corrida eleitoral apresentaram novas alianças na tentativa de ampliar a votação no dia 29. Porém, não conseguiram atrair os terceiros colocados em Diadema, caso de Ricardo Yoshio (PSDB), e Mauá, o ex-juiz João Veríssimo (PSD). O tucano confirmou neutralidade. O pessedista tende a anunciar oficialmente o afastamento no segundo turno hoje – o posicionamento, entretanto, já foi fechado.

Em Diadema, o ex-prefeito José de Filippi Júnior (PT) fez ato para celebrar a chegada de Ronaldo Lacerda (PDT) ao arco de aliados. Lacerda fez carreira no petismo – foi vereador e atuou junto a governo do PT na cidade – e deixou a legenda no começo do ano, depois de ver abortada sua candidatura majoritária. No primeiro turno, o pedetista recebeu 10.684 votos (5,26% dos válidos), ficando na quinta colocação na lista geral.

Taka Yamauchi (PSD), segundo colocado no primeiro turno, realizou atividade ao lado do vice-prefeito reeleito de São Bernardo, Marcelo Lima (PSD). O ato reuniu ainda diversos integrantes do governo do prefeito Lauro Michels (PV) – até mesmo a primeira-dama Caroline Rocha e o secretário de Assuntos Jurídicos, Fernando Moreira Machado, estavam presentes. Na Câmara diademense, a base governista rachou.

O PSB, que teve Marcos Michels, primo do prefeito, como prefeiturável, anunciou neutralidade nas redes sociais, mas vê três dos cinco parlamentares pedirem votos ao PT. Já Pretinho do Água Santa (DEM), candidato de Lauro à sucessão, afirmou ao Diário que ficará neutro.

Em Mauá, o prefeito Atila Jacomussi (PSB), que tenta a reeleição, fechou aliança com Ronaldo Pedrosa (PP), que atingiu 3.898 votos. O elo envolveu até suporte da cúpula estadual do PP.

Prefeiturável do PT, o vereador Marcelo Oliveira recebeu adesões de Mauro Roman (PRTB), Professor Betinho (PSL) e Donisete Braga (PDT). O último foi prefeito de Mauá pelo PT, além de deputado estadual pelo petismo, e disse que estará integralmente na campanha de Marcelo.

O apoio de Donisete, porém, não foi compactuado pelo coordenador regional do PDT, Júnior Orosco, que disse que o ex-prefeiturável tomou decisão isolada. Hoje está marcada reunião sobre debate do futuro. “Donisete quer dar rasteira no partido. Rasteira ele deu no Oswaldo Dias (PT) no passado. No PDT, não.”

Ronaldo Lacerda sela as pazes com o PT e fecha apoio a Filippi

Quinto colocado na corrida pela Prefeitura de Diadema, o vereador Ronaldo Lacerda (PDT) deixou para trás as divergências com o PT e oficializou ontem apoio ao ex-prefeito José de Filippi Júnior (PT) no segundo turno. O hoje pedetista fez carreira no petismo, mas deixou o partido neste ano após ser alijado do debate sobre a vice.

Ontem, Filippi e Lacerda trocaram afagos em ato interno promovido no comitê central do pedetista e falaram em “aliança programática”. O hoje pedetista evitou falar sobre as rusgas que teve com o petismo. “O processo é eleitoral, sobre o que representa uma candidatura e a outra. Temos todo o respeito e sabemos da defesa do PT, não só em Diadema, mas no Brasil. E sabemos o que representa o PSD, do (Gilberto) Kassab, que tem um candidato totalmente despreparado. Um candidato que, inclusive, não conseguiu resolver alguns problemas em outras cidades e que na campanha eleitoral demonstrou toda sua falta de atenção às políticas de moradia e para o povo que mais precisa”, disse Lacerda.

Já Filippi colocou panos quentes no racha com Lacerda. “A gente teve uma divergência política, mas não pessoal. Qualquer atrito ou problema de 20 dias de campanha não pode ser maior do que 30 anos de militância e de respeito mútuo”, citou o ex-prefeito, ao indicar que o PDT fará parte de eventual governo petista. “Quem ajuda a ganhar, ajuda a governar”.

Após revés de Pretinho, governo Lauro abraça campanha de Taka

O governo do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), embarcou na campanha de Taka Yamauchi (PSD) no segundo turno depois da derrota do candidato governista à sucessão, Pretinho do Água Santa (DEM), que ficou em quarto lugar no primeiro turno.

Vários comissionados do governo Lauro, integrantes do primeiro escalão da gestão, como o secretário Fernando Machado (Assuntos Jurídicos), e até a mulher de Lauro, Caroline Rocha, que é chefe de Gabinete do verde, estiveram ontem em ato de Taka. O evento reuniu ainda o deputado estadual Márcio da Farmácia (Podemos) e o vice-prefeito reeleito de São Bernardo, Marcelo Lima (PSD), além de três vereadores da base governista em Diadema e parlamentares são-bernardenses, como Fran Silva (PSD) e Ivan Silva (PP).

A união de lideranças do governo Lauro e de nomes de outras cidades foi desenhada como espécie de frente antiPT em Diadema. “Eu vim de São Bernardo e só vou sair no dia 29 com a vitória do Taka. Vocês querem o povo do PT de fora governando Diadema? Vocês querem a (ex-presidente da República) Dilma (Rousseff) sendo secretária em Diadema?”, esbravejou Marcelo Lima, ao comentar sobre a vitória do prefeito Orlando Morando (PSDB) sobre Luiz Marinho (PT).

“Eu vou às ruas combater o mal que o PT fez para Diadema. O Taka está em segundo lugar, mas é do caminho do bem”, discursou Márcio.

Em Mauá, Atila terá suporte de Pedrosa, prefeiturável do PP

Prefeito de Mauá e candidato à reeleição, Atila Jacomussi (PSB) acolheu o apoio do empresário Ronaldo Pedrosa (PP). O progressista foi candidato no primeiro turno e recebeu 3.898 votos no domingo, ficando na oitava colocação.

“Houve uma reunião, uma conversa, do PP estadual e um diálogo com a gente, com o diretório municipal. Houve uma conversa no sentido de a gente apoiar o Atila Jacomussi. E isso foi oficializado. Iremos apoiar o Atila. Eu, Ronaldo, o PP municipal, nosso vereador eleito Wellington da Saúde”, disse Pedrosa. “Primeiramente vamos para a rua pedir votos para o Atila. Depois fazer reflexão sobre a nossa candidatura. Temos uma eleição para ganhar”, emendou o prefeiturável, ao ser questionado sobre quais motivos levaram o PP a aderir à campanha do socialista.

Pelas redes sociais, Atila celebrou a aliança. “Pedrosa também escolheu o melhor para Mauá por mais empregos, valorização dos trabalhadores e desenvolvimento econômico em nossa cidade. Ronaldo Pedrosa agora é 40. Unimos forças para que Mauá volte a sorrir e não viva a velha política do PT. Foram 16 anos de comando deste partido que desvalorizou nossos empresários, comerciantes e trabalhadores da cidade, trazendo forasteiros para ocupar cargos que eram do nosso povo. Não vamos permitir que isso volte a acontecer”, declarou Atila.

Donisete, Roman e Professor Betinho vão de Marcelo Oliveira

Ex-prefeito de Mauá e candidato do PDT na eleição de domingo, Donisete Braga anunciou apoio à candidatura do vereador Marcelo Oliveira (PT) no segundo turno na cidade. Petista por 30 anos, Donisete fez questão de ressaltar que a adesão é para o prefeiturável, não para o partido. “Meu apoio é para o Marcelo. Não é apoio ao PT.”

Donisete foi deputado estadual por quatro mandatos, vereador e prefeito pelo petismo. Saiu da legenda em 2017, um ano depois de perder a reeleição para o atual prefeito Atila Jacomussi (PSB), em um processo que gerou forte desgaste no partido e no político. Três anos depois, ele se reaproxima da legenda, mas assegurando que o passo dado não foi a favor do PT.

“Sou contra a questão da neutralidade. Para mim, isso é não assumir uma posição política. Eu nunca votei em branco ou nulo na minha vida. Para mim, essa questão (de votar em Marcelo) não tem relação de PDT e PT. Por tudo que conheço do Marcelo e do Atila, seria incoerente apoiar o Atila. Seria muito incoerente, aliás”, disse o pedetista, que recebeu 5.174 votos no domingo. “O que puder fazer, eu farei. E peço aos meus eleitores que votem no Marcelo.”

Candidatos do PRTB e do PSL na corrida eleitoral, Mauro Roman e Professor Betinho, respectivamente, também declararam voto em Marcelo. Roman obteve 7.425 votos. Vereador do PSL, Professor Betinho atingiu 1.991 votos no primeiro turno.  




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