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Azulão: vergonha, tristeza e lamentação
Dérek Bittencourt
18/11/2020 | 00:01
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Absolutamente lamentável a situação do São Caetano, que, prestes a completar seu 31º aniversário, viveu no sábado um dos capítulos mais tristes de sua história. A derrota por W.O. em Itajaí, Santa Catarina, ao não comparecer para a partida contra o Marcílio Dias, pela Série D, é inaceitável. Entretanto, jogadores, comissão técnica e funcionários não têm qualquer culpa, a qual é 100% da alta cúpula azulina, seja esta gestão ou a anterior. É um absurdo que estes profissionais, a maior parte à frente das contas de casa, tenham de conviver com promessas vazias. É tudo da boca para fora! Na semana passada, mais uma vez, a diretoria prometeu que alguns atrasos seriam quitados e parcelas poderiam ser depositadas. Mas quando o dinheiro não caiu na conta, a delegação se recusou a ir ao Sul. Sinceramente, isso não caracteriza qualquer falta de comprometimento de atletas e demais empregados do Azulão. Muito pelo contrário. Com muita hombridade, há menos de dois meses – mesmo já convivendo com essa crise financeira –, o time conquistou o título da Série A-2 do Paulista, competição que é mais difícil do que muitos estaduais do País e credenciou a equipe a voltar à elite em 2021.

Existem pessoas que já não recebem salário, FGTS ou outros pagamentos (como direito de imagem, luvas, premiação etc) há um ano. Um ano! Entre os jogadores, têm aqueles que não veem a cor do dinheiro há oito meses; outros, há cinco. E quem chegou após o título da Série A-2 do Paulista jamais recebeu um valor sequer. Consequentemente, funcionários estão tendo de pedir ajuda para pagar as contas e até para comprar comida! Aliás, recentemente, no retorno do time após um dos jogos pela Série D, o jantar da delegação foi pago pelos próprios atletas (lembrando que a CBF arca com transporte e hospedagem para as partidas do Nacional). Existem casos também de jogadores que foram despejados por falta de pagamento do aluguel das casas e apartamentos onde moravam. Uma vergonha!

Atualmente o elenco do São Caetano é composto por 15 jogadores profissionais, sendo 12 de linha e três goleiros. Mas como estes já se posicionaram contrários a entrar em campo se não receberem algum pagamento, o clube tomou atitude covarde e de embrulhar o estômago: apelou e convocou que o time sub-20 se apresentasse para não sofrer o segundo W.O. seguido na Série D (sábado, no Anacleto Campanella, contra o São Luiz-RS), que poderia suspender por dois anos o Azulão de qualquer competição da CBF. Absurdo atrás de absurdo.

Dirigentes azulinos, joguem limpo com estes profissionais que estão passando por necessidades e ainda assim honram com esse escudo que ostentam no peito. Parem de iludir essas pessoas, de anunciar parcerias que não prosperam. Porque além de desamparados financeiramente, algumas temem que, finalizada a participação do São Caetano na Quarta Divisão do Nacional, serão todas dispensadas com uma mão na frente e outra atrás. E, para piorar, sabem que em breve verão o clube anunciando os reforços para o Paulistão, os quais serão pagos direitinho com a pomposa cota que a Federação Paulista de Futebol repassará ao Azulão pela participação. Ah, e que os cartolas não se esqueçam as dezenas de jogadores e demais pessoas que já saíram, mas têm muito a receber. Triste realidade.

AH, CACHORRÃO...
Quem foi que roubou a alma do EC São Bernardo antes dos dois jogos finais do Campeonato Paulista da Série A-3, contra o Velo Clube? O que se viu, tanto em Rio Claro quanto, principalmente, no 1º de Maio, foi um time que nem de perto tinha a mesma gana, concentração e força de vontade daquele que, uma semana antes, venceu o Comercial e confirmou o acesso para a Série A-2 depois de 31 anos. Mas o que foi que aconteceu? A promoção foi suficiente e gerou acomodação? É a única que me parece plausível, apesar de não ser aceitável. Afinal, o clube estava a duas partidas do primeiro título da história! Seria o primeiro troféu profissional de campeão em 92 anos! Mas quem estava na casa são-bernardense na segunda-feira e assistiu à comemoração velista após o apito final viu in loco o quanto os visitantes pareciam mais dispostos a dar tudo pela conquista, desde a postura dos jogadores – destaque para o capitão Niander, velho conhecido dos tempos de São Bernardo FC – até o comportamento do técnico Cleber Gaúcho à beira do campo, mesmo quando o placar já era favorável em 3 a 0 ao Velo Clube. Na semana passada, parabenizei o Cachorrão pelo merecido acesso. Hoje, porém, não posso deixar passar batida a decepção. Seja como for, 2021 está logo ali e a cidade presenciará o primeiro clássico entre EC São Bernardo e São Bernardo FC. Não vejo a hora!

SETE VEZES LEWIS HAMILTON
O que Lewis Hamilton alcançou no domingo eu pensei que não assistiria novamente quando, há 16 anos, vi Michael Schumacher conquistar o incrível heptacampeonato da Fórmula 1. Mas ao vencer o GP da Turquia, no qual largou apenas na sexta colocação, o britânico igualou esportivamente o alemão, mas, honestamente, o vejo à frente de Schumi. Isso porque Hamilton, além de grande piloto, é engajado com causas sociais, econômicas, ambientais etc. Tanto que faz uso de sua imagem e da exposição que tem na tentativa de ser uma voz ativa para lutas legítimas, como a contra o racismo, que a própria F-1 abraçou com campanha e tudo mais. Congrats Lewis! Proud of you! 




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