Setecidades Titulo Efeito da pandemia
Donos de escolas privadas de Mauá protestam por ajuda

Grupo realizou manifestação pacífica ontem em frente à Prefeitura; empresários querem auxílio financeiro para não fechar

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
05/08/2020 | 00:01
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Vestido de preto, em luto pelas mortes causadas pela Covid-19 – 210 em Mauá e 1.776 no Grande ABC – e pela falência das escolas, grupo com cerca de 80 proprietários e funcionários de colégios particulares de educação infantil realizou protesto pacífico no Centro de Mauá, na tarde de ontem. O ato, que partiu de passarela próxima ao Paço e seguiu até a entrada do estacionamento da Prefeitura, foi um pedido de ajuda dos empresários, que estão com dificuldades financeiras em meio à crise causada pelo novo coronavírus.

O grupo queria ser recebido pelo prefeito Atila Jacomussi (PSB), mas sequer conseguiu entrar no estacionamento, que teve os portões fechados e era vigiado por diversos GCMs (Guardas-Civis Municipais). Com faixas e cartazes, os manifestantes cobravam a presença do chefe do Executivo mauaense para conversar.

A União das Escolas de Educação Infantil de Mauá, que reúne 54 instituições, pede que seja ofertado auxílio financeiro, uma vez que algumas escolas já perderam cerca de 60% dos alunos. “Tivemos uma reunião com o prefeito Atila Jacomussi em 10 de junho e ele ficou de nos dar algum retorno. Até agora, nada”, reclamou Alessandra Santana, 42 anos, uma das representantes do grupo e dona de uma escola particular. 

Mantenedora da única escola para atendimento de crianças com deficiências na cidade, Regina Galetti, 54, relatou que os pais estão deixando de pagar as mensalidades para pagar cuidadores para os filhos. “Outros estão recorrendo a escolas clandestinas, colocando os filhos em risco, porque precisam trabalhar”, completou.

A pedagoga Selma Oliveira, 42, relatou que os empresários conseguiram ter acesso aos benefícios do governo federal para redução de jornada e salário, mas que isso tem sido insuficiente. “Temos aluguel, contas de água, luz e precisamos de ajuda”, concluiu.

A pedagoga Juliana Sanchez, 33, reforçou que a manifestação não é pela volta das aulas, mas pelo apoio da administração municipal ao setor. “Estamos em luto pelas mortes, temos vários casos de alunos e pais contaminados. Vamos aguardar a determinação da saúde para o retorno, mas precisamos de apoio independentemente do retorno das aulas”, afirmou.

Em nota, a Prefeitura de Mauá informou que é solidária ao segmento da rede privada de ensino e que recebeu anteriormente seus representantes em duas oportunidades, na Secretaria de Educação. No entanto, destacou o comunicado, as demandas solicitadas pela categoria tratam de suporte e subsídio financeiro e o município não possui essa prerrogativa.

Em relação ao desconto em impostos, que é uma das reivindicações do grupo, a Secretaria de Finanças informou que avalia a possibilidade de alguma medida que esteja em sintonia com a Lei de Responsabilidade Fiscal, que não permite que o gestor abra mão de receitas ao erário. “Reforçamos que a liberação do retorno às aulas na rede particular depende da liberação do governo do Estado, de acordo com o Plano São Paulo para o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.” No fim de julho, Atila anunciou que as aulas presenciais para crianças de zero a 5 anos da rede municipal não voltam este ano, assim como fizeram os prefeitos de Santo André, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.




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