"Hoje, confio no comando da polícia e estou segura de que os meninos estão sendo procurados. Mas está mais do que provado que antes, há cerca de um mês, nada foi feito para encontrá-los", disse a advogada Clara Rosa, que representa a mãe dos garotos, a pastora metodista Genilma Boehler.
A advogada e militantes de defesa dos direitos humanos têm nesta quarta pela manhã uma reunião com o ministro do Interior, Nelson Mora, para cobrar eficiência na investigação do paradeiro dos irmãos. É a segunda vez em 30 dias que o presidente Nicanor Duarte Frutos afasta funcionários dos altos cargos de chefia. Em meados de outubro, o ex-ministro do Interior, Orlando Fiorotto, foi substituído por Mora. E o comandante da polícia, Carlos Zelaya, assumiu o posto que era de Humberto Nuñez.
A polícia perdeu credibilidade entre os paraguaios depois que uma onda de violência tomou as ruas da capital Assunção. A gota d'água foi o seqüestro de um menino de 10 anos, na porta da escola. O garoto, filho de um empresário do ramo de tabaco, foi assassinado e a polícia não conseguiu intermediar as negociações com os criminosos, que tampouco foram presos.
Desde junho, o governo paraguaio afirmava trabalhar com afinco na procura por Guilhermo e Arturo. No entanto, nenhuma pista foi encontrada, e o governo paraguaio sequer pode garantir o estado de saúde dos menores, pois desconhece por completo onde estão escondidos. O Ministério Público do Paraguai investiga se houve ou não negligência nas buscas por parte do antigo comando, já que um rastreamento telefônico mostrou que o pai foragido, Eri Daniel Rojas Villalba, manteve inúmeros contatos com a chefia da polícia e com o ex vice-ministro do Interior, Eustaquio Colman Ramirez.
Ao assumir os cargos, Mora e Zelaya se comprometeram em trazer Guilhermo e Arturo de volta ao Brasil, em sintonia com as promessas feitas de "tolerância zero" contra os criminosos. Há uma semana, colocaram mais equipes vasculhando todo o país, depois que Duarte Frutos deu o ultimato de 48 horas para que os irmãos fossem encontrados.
Segunda-feira, o comissário-chefe de Apoio Técnico, Juan Pereira, o chefe da Divisão Anti-Seqüestro, Oscar Larroza, e o comandante da Vigilância de Delitos, Antonio Martínez, foram demitidos. Para o governo, não há dúvidas de que os três participaram da operação que culminou na fuga do seqüestrador argentino Cristian Carro Córdoba. O grupo teria fornecido uma identidade falsa, com nacionalidade paraguaia, ao foragido, depois de receber US$ 60 mil, três aparelhos celular e jóias.
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