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Mães redobram cuidados pós-parto em meio à pandemia

Especialista diz que importante é manter o isolamento e investir no leite materno

Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
20/04/2020 | 07:00
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 “Estou imaginando que daqui 20 anos vou contar a história de como ela nasceu e em que momento estávamos”. Assim que a agente comunitária de saúde Meire Andrea Gutierrez, 34 anos, pretende descrever o nascimento de sua filha, Anna Elis da Silva Gutierrez, no futuro. Isso porque, Anna Elis nasceu no dia 20 de março, já em meio à pandemia e no início da quarentena histórica causada pelo surto da Covid-19.

Além de todo cenário de incertezas por causa do novo vírus, o nascimento de Anna Elis não estava programado e a mãe, Meire, precisou fazer uma cesárea de emergência com 36 semanas de gestação. “Eu já não estava saindo de casa por não aguentar andar por muito tempo e logo depois tudo isso já começou”, destaca Meire.

A agente comunitária conta que, após o parto, os cuidados com a bebê redobraram. “Não recebo visitas desde que cheguei com ela, pois meus grupos de amigos e família são mais jovens, o que indica que podem ser assintomáticos (para a doença). Além disso, evito o uso de álcool gel, principalmente, perto dela. Opto pelo uso de sabão”, comenta Meire. “Inclusive, tenho uma consulta agendada com o pediatra e não decidi ainda se vou até lá”, conta a agente. “Sei que todos os cuidados serão mantidos até tudo isso passar”, finaliza.

Os cuidados tomados por Meire estão dentro do que é indicado por médicos, que evitam criar ainda mais pressão sob as mães. O ginecologista e obstetra especialista em endometriose Marcos Tcherniakovsky, conta que, por enquanto, não existe nenhuma pesquisa que aponte alguma alteração nos cuidados com gestantes e mães pós-parto. “As medidas precisam ser mantidas, além de lavar as mãos, utilizar o álcool gel e continuar no isolamento. É necessário que os médicos ajustem um espaçamento entre as consultas, evitando que a paciente saia com frequência de casa”, pontua.

Já em relação ao bebê, Marcos comenta que também não há nenhuma contraindicação em relação a amamentação, por exemplo, e que os cuidados se resumem a evitar aproximação de qualquer pessoa que possa ter sido infectada, mesmo que não apresente nenhum tipo de sintomas. O especialista, aliás, reforça a importância do leite materno, que ajuda a aumentar a resistência física dos bebês. “Continua sendo o maior benefício para o recém-nascido”, finaliza o ginecologista.




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