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Eleições no bipartidarismo; e a resistência do antigo MDB

A instalação do regime militar no Brasil (1964-1985) provocou uma mudança radical na política partidária

Por Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
06/10/2010 | 00:00
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A instalação do regime militar no Brasil (1964-1985) provocou uma mudança radical na política partidária. Para começar, apenas dois partidos oficiais eram permitidos (ou tolerados), a Arena (Aliança Renovadora Nacional), de sustentação ao regime, e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro), na verdade uma grande frente oposicionista.

Eleições diretas foram suspensas em nível nacional e estadual. Também os prefeitos das capitais não eram eleitos diretamente, idem os das cidades consideradas estratégicas. Por muito pouco o Grande ABC não foi declarado área de segurança nacional. Verdadeiramente, as eleições municipais nunca foram interrompidas nestes 25 anos de ditadura por esses recantos da Borda do Campo.

Nas primeiras eleições pós-golpe só dava Arena. E a classe política bandeou-se quase toda para o partido oficial. E as disputas eram como no tempo do velho PRP: digladiavam-se as correntes dentro da Arena; chegou a haver a Arena 1, Arena 2 e Arena 3.

O MDB era tímido. Não tinha como se impor nos primeiros tempos. Muito lentamente, já nos anos 1970, a oposição se apresentou. E ocorreu a virada, com a onda emedebista que projetou nomes como o do jovem Orestes Quércia, prefeito de Campinas que chegou ao Senado, vencendo a batalha com a Arena de Carvalho Pinto.

Até a conservadora São Caetano elegeu um opositor ao regime, Raimundo da Cunha Leite, prefeito e deputado federal.

Nas fotos de hoje selecionamos três nomes: Laudo Natel, governador da Arena depois derrotado, dentro do partido, pelo também arenista Paulo Maluf; Antonio Simões, arenista, eleito prefeito de Ribeirão Pires; e Odemir Furlan, do MDB, que chegou com facilidade à Câmara Federal elegendo-se pelo MDB de São Bernardo, ele que residia na Vila Baeta.

Laudo Natel, afastado da política partidária, completou neste ano 90 anos; Antonio Simões dedica-se à construção da Memória em Ribeirão Pires, sua terra-natal; é autor de um belíssimo livro sobre o tema; Odemir Furlan faleceu precocemente, depois de uma trajetória política relâmpago, como vereador em São Bernardo e deputado federal.

Crônica de Ribeirão Pires
Texto: Aida Arnoni Bressan
Em 1896, Sr. Clemente Benvenuto era contratado pela Prefeitura de São Bernardo como conservador de estradas no nascente Distrito de Ribeirão Pires. Sua missão: não deixar os caminhos então rurais da localidade serem tomados de mato. Era italiano.

DIÁRIO HÁ 30 ANOS
Domingo, 5 de outubro de 1980

Grande ABC (reportagem de Luiz Carlos Ferraz) - Desemprego é calculado em 500 mil operários; área industrial agora é de proteção; Diadema não mais atrai as pequenas; indústrias estão deixando Santo André.

Cinema - Será lançado amanhã o filme "Pixote, a lei do mais fraco", de Hector Babenco. No elenco, duas crianças de Diadema, Fernando Ramos e Gilberto Moura, que contracenam com Marília Pera.

Cinema/crítica (Heitor Capuzzo) - Pixote, o aprendizado da vida pela violência.

Crônica 1 (Roterdan Cravo, pseudônimo de Fausto Polesi) - Governo ensina a ficar rico sem trabalhar.

Crônica 2 (Guido Fidelis) - O super agente revela sua importante missão para a estranha mulher.


EM 6 DE OUTUBRO DE...

1970 - Daisy Almeida Gerbelli entrega ao prefeito Aldino Pinotti, de São Bernardo, uma espada usada na guerra do Paraguai. Pertenceu ao capitão Eduardo Manuel de Almeida, o Maneco do Padre, que foi dono do Cartório de Registro da cidade. A espada passou a compor o acervo do Museu Histórico e Pedagógico Antonio Raposo Tavares, de saudosa memória.

HOJE

Dia do Tecnólogo. Início da Semana da Criança.

SANTOS DO DIA

Bruno, Erotildes, Maria Francisca, Renato e Sagar.

Na estampa, São Bruno (Colônia, Alemanha 1035 - Squillace, Calábria, Itália 1101). Sacerdote. Professor de Teologia. Fundador da Cartuxa, a ordem religiosa mais radical e severa da Igreja. Na Cartuxa reside o silêncio total e absoluto como meio para chegar a Deus.

Falecimento

DOMINGAS VACCO BEGLIOMINI
(Mauá 3-12-1923 - Santo André 13-9-2010)

Dona Domingas, desde a juventude, jamais perdeu uma Festa de Santa Luzia em Taquaruçu, localidade de Mogi das Cruzes que faz divisa com Paranapiacaba. Uma festa realizada religiosamente em 13 de dezembro, independente do dia da semana. Neste dia, três famílias antigas do lugar, em especial, deslocam-se a Taquaruçu: Pisaneschi, Fanti e Begliomini.

Uma missa é celebrada na capela que as famílias construíram e inauguraram em 1946. Uma pequena procissão é realizada. Depois, o almoço e a confraternização até o final da tarde. Dona Domingas participou da última festa, em 2009. E como sempre colocou em dia uma conversa que fala dos antigos, das atividades que eles realizavam em Taquaruçu e do amor que o lugar sempre irradiou às várias gerações.

"Ela era calma, tranquila, muito querida. Sabia ouvir. Estava sempre disposta a receber bem os amigos e familiares", sintetiza Marlene Begliomini Tolisano, a filha caçula de dona Domingas e do Sr. Sírio Begliomini, hoje com 85 anos. O casal teve mais dois filhos, Oscar e Dirlei.

Dona Domingas, filha de Inocêncio Vacco e Maria Tolezano, partiu aos 86 anos. Deixa uma linda família, os sete netos e o primeiro bisneto. Está sepultada no Cemitério da Saudade, em Vila Assunção.

SÃO BERNARDO
Antonio Aquiles Prandini, 71. Natural de São Paulo (SP). Dia 2. Cemitério Jardim da Colina.
Edgar Rodrigues Vieira, 67. Natural de Paxoreo (MT). Dia 2. Cemitério Jardim da Colina.
José Carvalho da Silva, 64. Natural de Condado (PE). Dia 2. Cemitério da Paulicéia.

SÃO CAETANO
Áurea Cordeiro, 95. Dia 4. Cemitério da Cerâmica.
Antonia Cardoso Dourado, 89. Dia 1º. Cemitério da Cerâmica.
Adolpho Marani, 87. Dia 4. Cemitério da Cerâmica.
Orlando Rodrigues Gonçalves, 63. Natural de Bernardino de Campos (SP). Dia 30. Cemitério das Lágrimas.
Antonio Rodrigues Montello, 63. Natural de São Caetano. Dia 25. Cemitério das Lágrimas.
Rosemeire Iwagoe, 48. Natural de Santo André. Dia 3. Cemitério Santa Paula.




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