Política Titulo Mauá
Atila inicia processo para reduzir poder da FUABC

Prefeito fará chamamento para contratar organizações sociais para gerenciar equipamentos de Saúde

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
12/10/2018 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


O governo do prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), prepara internamente para reduzir o poder da FUABC (Fundação do ABC) na cidade. O socialista colocará na rua nos próximos dias processo de chamamento público para contratar OSs (Organizações Sociais) de Saúde que gerenciarão os equipamentos do setor no município, hoje nas mãos da entidade da região.

A ideia, segundo apurou o Diário, é de restringir a atuação da FUABC apenas ao comando do Hospital de Clínicas Doutor Radamés Nardini, principal unidade e na qual se concentra boa parte dos funcionários terceirizados. Essa proposta, inclusive, já estava no radar da administração desde a passagem de Márcio Chaves (PSD), primeiro secretário de Saúde do atual mandato, pela Pasta. Porém, nunca foi colocada em prática.

A contratação de nova OS será a primeira iniciativa concreta do governo Atila para solucionar o longo impasse que envolve a Prefeitura e a FUABC. A negociação em torno da dívida do município com a entidade se arrasta desde que Atila assumiu o Paço, em 2017. O diálogo azedou de vez em agosto, quando a então prefeita interina Alaíde Damo (MDB) – assumiu o governo com a prisão e o consequente afastamento do socialista do cargo – anunciou o desejo de rompimento unilateral do acordo com a FUABC, mas posteriormente recuou e iniciou processo de transição.

Atila, que retornou ao cargo no início de setembro por ordem do STF (Supremo Tribunal Federal), abortou a ideia de litígio definitivo com a FUABC, retomou a negociação com a entidade, mas não pretende deixar nas mãos do órgão a gerência dos demais equipamentos, entre eles UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e UPAs (Unidades de Pronto Atendimento).

FISCALIZAÇÃO
No início de agosto, deputados estaduais integrantes da CPI que investiga irregularidades em contratos e na atuação de organizações sociais no Estado promoveram fiscalização surpresa no Nardini. Na ocasião, encontraram o equipamento sem comando, uma vez que o superintendente havia sido demitido e ninguém tinha assumido o posto. Também se depararam com uma pomba morta e remédios vencidos no quarto andar, cujo espaço está isolado há pelo menos três anos por conta de obras paradas – o Paço também retomou no mês passado processo licitatório para conclusão das intervenções, que começarão em janeiro de 2019.

O Hospital Nardini também foi centro de um dos principais movimentos contrários ao governo Atila. Diversos funcionários do equipamento foram demitidos sem o consentimento da própria FUABC, segundo a entidade, e não receberam direitos trabalhistas. O impasse motivou manifestações na Câmara e até em frente ao hospital.

A intenção inicial da administração era de estadualizar a unidade, mas a proposta nunca foi abraçada pelo Palácio dos Bandeirantes. 




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