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CPI da Craisa ouve secretário de Avamileno
Leandro Laranjeira
Do Diário do Grande ABC
27/06/2006 | 07:58
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Hoje é o dia D para a CPI da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André). Os secretários Mário Maurici de Moraes (Governo), Cleuza Repulho (Educação) e Rafael Cunha e Silva (adjunto de Educação) serão interrogados pela comissão por conta do envolvimento num possível pedido de contribuição à Profilm Transportes – ex-fornecedora da Prefeitura – no valor de R$ 130 mil para a reeleição do prefeito João Avamileno em 2004. O denunciante, o empresário José Caboclo Neto, acredita ter sido prejudicado na licitação para transporte de merendas por ter se recusado a dar o dinheiro.

A primeira a depor será Cleuza Repulho, superintendente da Craisa à época. Ela falará às 9h. Na seqüência, às 10h, será a vez de Rafael Cunha e Silva, que em 2004 era diretor administrativo financeiro da companhia. O último a ser ouvido é Maurici, que fazia parte da coordenação de campanha de Avamileno na oportunidade. Seu depoimento está marcado para as 11h.

Os três teriam participado de uma reunião com Weliton Silva, funcionário de José Caboclo Neto (autor das denúncias que culminaram na abertura da CPI), ocorrida alguns meses antes do processo eleitoral de 2004. O teor da conversa foi uma contribuição para a campanha. No entanto, enquanto Silva garante que o pedido partiu de Maurici – e o não-pagamento teria prejudicado outra empresa de Caboclo Neto anos mais tarde, na licitação da Craisa –, Maurici diz que foi a Profilm quem ofereceu recurso em troca do pagamento de faturas atrasadas que a Craisa devia à empresa.

Mesmo a contragosto da oposição, que não gostaria que os três depusessem no mesmo dia, a CPI manteve a pauta. A partida da Seleção Brasileira nas oitavas-de-final da Copa do Mundo, contra Gana, marcada para o meio-dia, também não foi empecilho para que os integrantes da comissão mudassem de opinião.

A insistência em se manter os três depoimentos irritou alguns vereadores – até porque os interrogatórios coincidirão com o horário da penúltima sessão na Casa antes do recesso (férias dos parlamentares). “Fica uma falsa pretensão de mostrar que se está trabalhando. Não dá certo. Fica impossível acumular sessão e reunião de CPI com três depoimentos para um dia em que a Casa terá expediente das 8h às 11h”, reclama Paulinho Serra (PSDB).

Mesmo contrariado, o tucano diz que os oposicionistas não acelerarão o processo por conta do horário do jogo. “Se essa foi a estratégia, para fazermos as perguntas às pressas, não funcionará. Se vai fazer, que se faça direito”, acrescenta. Carlos Raposo (PV) concorda. “Não é só ela (Heleni de Paiva, vereadora petista e presidente da CPI) que está afim de trabalhar. Faremos sem atropelo, sem tumulto. Se foi essa a idéia (da situação), o tiro saiu pela culatra”, garante.

“As pessoas se preparam para depor. Não posso desmarcar depoimentos. Além disso, o que é mais importante, o jogo ou a CPI?”, questiona Heleni. O relator José Ricardo (PSB) avalia não ser hora de se preocupar com jogo. “Temos de dar a resposta que a população merece”, acredita. Para ele, o período da manhã é suficiente para os três interrogatórios.



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