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Desperdício de água cai 25% em São Caetano
Por Jessica Cavalheiro
Do Diário do Grande ABC
15/03/2010 | 07:05
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O Grande ABC reduziu em 4% o desperdício de água. São Caetano e Santo André foram as cidades que mais registraram queda no índice, de 25% e 10%, respectivamente. A situação de Mauá é incógnita, já que a administração pública não respondeu aos questionamentos do Diário.

"Algumas cidades investiram e melhoraram a qualidade de sua infraestrutura, evitando perdas de água em suas redes de distribuição", analisou o presidente do Consórcio Intermunicipal do ABC, Clóvis Volpi (PV), que também é prefeito de Ribeirão Pires.

Em Santo André, o desperdício ficou estável em 2009, em comparação a 2008: 28,8%, índice considerado semelhante ao de países desenvolvidos, segundo o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André).

De acordo com a autarquia, o resultado positivo ocorreu por conta da troca de tubulações antigas de ferro fundido por canos de PVC. Agilização das manutenções em redes de distribuição, implantação de válvulas redutoras de pressão e realização de pesquisas de vazamentos não aparentes também são apontados pelo órgão como motivos para a estabilidade. Além da utilização de geofones eletrônicos (aparelhos de rastreamento de vazamentos), correlacionadores de ruídos e campanhas para uso racional da água para evitar desperdícios.

Em São Caetano, o DAE (Departamento de Água e Esgoto) constatou em 2009 que a média de perdas físicas na rede de distribuição de água no município foi de 23,83%. Segundo a autarquia, trabalho no combate de perdas é realizado diariamente, além do remanejamento da rede de água, substituindo as antigas ligações de ferro por PVC. Outros fatores que contribuíram na redução do desperdício de água foi a caça de vazamentos não visíveis na rede, a instalação de válvulas reguladoras de pressão e a troca de 10 mil hidrômetros.

"A questão educativa de conscientização no consumo é também fator importante na redução de gastos", afirmou o prefeito José Auricchio Júnior (PTB).


Na contramão do Grande ABC, Diadema tem aumento

Diadema registrou aumento no consumo de água em 2009, de 803.613 metros cúbicos, apesar de a Saned (Companhia de Saneamento de Diadema) ter anunciado investimentos de R$ 100 mil para rastrear 250 quilômetros de redes situados nos bairros Nações, Vila Nogueira, Paineiras, Taboão, Eldorado, Piraporinha e Campanário.

A ação teve como objetivo detectar vazamentos não visíveis em tubulações subterrâneas.

O trabalho de fiscalização desenvolvido pela empresa para detectar furtos de água mostrou resultados positivos no ano passado, quando foram identificadas cerca de 2.000 fraudes, correspondendo a perdas de 32. 737 metros cúbicos de água, segundo informou a autarquia.

CAMPANHAS
A Saned produziu materiais paradidáticos, como cartilhas e jogos eletrônicos, para despertar nas crianças consciência sobre a preservação de recursos naturais.

Segundo a empresa, R$ 0,74 são pagos por metro cúbico adquirido da Sabesp. A Saned possui canal de atendimento ao cliente pelo telefone 115. O usuário que constatar vazamentos pode solicitar verificação.

Os funcionários da autarquia, além do atendimento ao público, realizam diariamente serviços voltados ao combate ao desperdício de água, como operações para identificar vazamentos nas tubulações públicas.


Seis sistemas de abastecimento servem as 7 cidades

São seis os sistemas que abastecem o Grande ABC. Santo André recebe 69% de água do sistema Rio Claro, 25% do Rio Grande e 6% do Pedroso. Em São Bernardo, todo o abastecimento vem do sistema Rio Grande, assim como em Diadema.

São Caetano importa a água da Capital, diretamente do sistema Cantareira. Mauá tem 72% do abastecimento vindo do sistema Rio Claro e 28% do Alto Tietê. Toda água que vai para Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra sai do Ribeirão da Estiva.

A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) é a empresa responsável por distribuir e administrar os serviços de água em Ribeirão Pires, São Bernardo e Rio Grande da Serra.

AUTARQUIAS
Os demais municípios da região contam com administrações próprias de gerenciamento. Em São Caetano, o DAE (Departamento de Água e Esgoto) é o responsável pelo saneamento básico da cidade, a primeira da Região Metropolitana a ter 100% do esgoto tratado.

Em Santo André, a responsabilidade é do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), em Mauá, do Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) e, em Diadema, da Saned (Companhia de Saneamento de Diadema).


Prefeituras compram reúso para saneamento
Preocupadas com o meio ambiente e em economizar parte do dinheiro gasto com a manutenção e a limpeza, Prefeituras da região apostam cada vez mais em água de reúso. São Caetano, por exemplo, utiliza o produto desde maio de 2001, comprando diretamente da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).

Não potável, o insumo é utilizado principalmente na lavagem de vias públicas, para regar áreas verdes e na desobstrução de redes de esgoto e galerias pluviais.

Por mês, o município gasta cerca de 500 metros cúbicos de água de reúso e, com isso, chega a economizar aproximadamente 3.000 metros cúbicos.

Santo André também compra água de reúso da Sabesp, pelo menos por enquanto. A Prefeitura pretende construir estação de tratamento de esgoto ainda neste ano, com geração de água de reúso na região do sistema Rio Grande da Billings.

A estação prometida deverá receber esgoto do Parque Miami, Jardim Riviera e Recreio da Borda do Campo, bairros localizados em área de proteção de mananciais. Depois de tratada, a água deverá seguir para reservatórios da Prefeitura.

A água de reúso da estação prometida deverá ser usada também para regar áreas de reflorestamento do Rodoanel Mário Covas. Poderá ainda ser disponibilizada para particulares, como indústrias que não necessitam de água potável em seu processo de produção. (Jessica Cavalheiro)

 




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