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Familiares recorrem da decisão que mantém promotor no cargo
Por Rosanne D'Agostino
Da Última Instância
31/08/2007 | 07:08
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De uma decisão da qual não cabe mais recurso, resta a tentativa de questionamento a organismos de controle externo. É o que deverá fazer o advogado das famílias das vítimas do promotor Thales Ferri Schoedl, acusado de matar um rapaz e ferir outro na Riviera de São Lourenço, em Bertioga.

O Órgão Especial do MP (Ministério Público) de São Paulo decidiu, por 16 votos a 15, manter seu vitaliciamento. Com a decisão, que revoltou os familiares, ele mantém o cargo e o salário de promotor substituto – R$ 10,8 mil.

Além disso, poderá voltar a andar armado e garante foro privilegiado para não ser levado a júri popular em Bertioga pelo crime. Schoedl atuará em Jales, no Interior paulista.

Contestação - Pedro Lazarini, que defende os faqmilaires, afirma que irá contestar a decisão no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), no CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e na OEA (Organização dos Estados Americanos). “Isso dói em mim”, afirmou.

A reclamação também é considerada válida pelo procurador-geral de Justiça de São Paulo, Rodrigo Pinho, que repudiou a permanência de Schoedl. “Nós discordamos (da decisão), é lamentável. Ele não tem condições de permanecer na carreira, demonstrou que não tem capacidade para trabalhar como promotor de Justiça”, afirmou.

“Há uma preocupação muito grande não só com o afastamento da qualificadora do crime, por motivo fútil (no ato de recebimento da denúncia pelo Judiciário), como também com a liminar que anulou a decisão anterior do MP que expulsou Schoedl”, considera Pedro Lazzarini com relação às decisões do TJ paulista que acabaram culminando na permanência do promotor.

Por isso, ele deverá transformar ainda a denúncia feita à OEA durante a semana em uma representação, que poderá resultar até na perda de representatividade brasileira nas cortes internacionais.

“Me sinto impotente. Teremos que recorrer, vergonhosamente como brasileiros, a instâncias internacionais. Um caso julgado a portas fechadas é inaceitável”, argumentou. “Emociona porque estamos lutando contra Leviatã, um Estado escondido.”



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