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Vila Scarpelli terá conjunto habitacional
Por Michelly Cyrillo
Do Diário do Grande ABC
28/09/2010 | 07:07
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Os moradores do Núcleo Graciliano Ramos, na Vila Scarpelli, em Santo André, começarão a ser removidos para início das obras das unidades habitacionais que beneficiarão as 120 famílias do local nos próximos meses. Há anos, a comunidade aguarda as novas moradias, e agora finalmente o projeto sairá do papel. A obra será realizada em duas etapas, por isso, nos próximos dez dias irão ocorrer reuniões para esclarecer dúvidas e iniciar algumas mudanças.

O núcleo começou a ser formado há mais de 20 anos, e está localizado nas ruas Graciliano Ramos e São Geraldo. Muitas casas estão na beira do córrego Araçatuba. Há anos as famílias aguardam a promessa de uma moradia digna.

Para que isso ocorra, a Prefeitura irá disponibilizar o benefício financeiro do aluguel social (R$ 380) ou alojamentos para as famílias. O alojamento está sendo construído desde a semana passada, em uma das áreas de lazer do bairro, a Praça Virginio Pacheco Maurício, que está a lado do núcleo. E a remoção total ocorrerá assim que as famílias definirem a opção de moradia.

O projeto prevê quatro edifícios com 30 unidades habitacionais cada um, totalizando 120 apartamentos. Os prédios serão construídos exatamente no mesmo local onde atualmente está situado o Núcleo. Os trabalhos foram iniciados neste mês, por meio de reuniões de planejamento com a construtora, e a previsão de duração da obra é de 18 meses. A construção ocorrerá em duas etapas, sendo dois prédios por etapa, em função da complexa logística de remoção das famílias.

Durante as obras, as famílias do núcleo que optarem por ir para o alojamento terão direito a cômodos individuais por família que inclui banheiro privativo.

Para a surpresa da população, na quinta-feira passada funcionários de uma empresa terceirizada que presta serviços para a Prefeitura, arrancaram a grama, as traves dos gols do campo de futebol e começaram a dividir o espaço para receber as 32 primeiras famílias que optarem por residir no local até a conclusão das obras.

"Não sabemos ainda quais as famílias que irão para o alojamento. Ninguém da Prefeitura veio aqui explicar nada. Não sabemos se ficamos felizes ou nervosos", disse a dona de casa Terezinha Ferreira Paulo, 57 anos.

A Prefeitura informou que as famílias, por meio de representantes, estão sendo informadas sobre o andamento do processo de construção do empreendimento desde abril.

No passado, o local onde será construído o alojamento era um lago e depois um brejo. Moradores mais antigos afirmam que a praça ainda alaga no meses de chuva. A Prefeitura tranquiliza os moradores afirmando que o alojamento não sobrecarrega o terreno a ponto que ele ceda e a construção terá supervisão do Semasa.

A captação de recursos para a execução do projeto foi realizada em 2007, com a assinatura do contrato de repasse em 2008. Em 2009 deu-se início ao processo licitatório, concluído neste ano.

O valor total do investimento é de R$ 6.200.000,00, com recursos do Governo Federal, por meio do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) e contrapartida do município.

Vizinhos temem extinção da praça; Prefeitura nega
Os vizinhos estão indignados com o fim da área de lazer do bairro, conquistada há apenas três anos. A Praça Praça Virginio Pacheco Maurício será o local do alojamento das famílias do Núcleo Graciliano Ramos, que optarem aguardar a conclusão das obras no espaço.

A praça, localizada entre as ruas Senador Queiroz, São Geraldo e Gastão Gruls, já está em obras. "Moro aqui há 60 anos, depois de muita solicitação, a Administração fez a praça. A nossa alegria durou pouco", disse a aposentada Luzia Fernandes Carlos, 85 anos.

Os moradores temem que o local não seja apenas um abrigo provisório. "O histórico que o Grande ABC tem de alojamento é de moradias que viram fixas. E isso na porta da nossa casa é o cúmulo. E este local alaga no verão", complementou.

A Prefeitura informou que eventuais problemas serão sanados, e que o projeto prevê a revitalização da praça e a recuperação ambiental das margens do córrego por meio da canalização do mesmo após os 18 meses.




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